Por: Fátima Cardoso - Coordenadora Geral do SINTE/RN
Ao longo de um mês muita coisa ocorreu. A nova direção do SINTE
eleita e empossada, o Congresso da CUT Nacional, que parafraseando a
primavera de Praga recebeu o nome de Primavera Sindical por um amigo de
Canindé, o Jacy Afonso, dirigente da CUT. Em meio a esse movimento, uma
pessoa está fazendo falta: Canindé Silva, Piripiri ou Canindezinho. A
primavera sem Canindé Silva. Um pouco de vazio.
Momento de vitórias que ele não pode compartilhar. Mas a primavera é
em setembro. Com licença as estações para esta mudança de data, pois a
primavera não será a mesma sem o militante incansável e desejoso de um
mundo melhor.
Dia 17 chega. E com ele a dor e a tristeza. Nos muitos cantos do
Sindicato tem muito do Canindé Silva. Estão fazendo falta os seus
telefonemas. Voz alta, fazendo sempre a explicação. Novas agendas e
muita vontade de atender a todos e todas. Mas as flores da primavera
exalarão o perfume de sua força inconfundível.
A última viagem. Uma manhã que neblinou. O campo recebia o orvalho.
Uma borboleta em volta. O mistério. A cumplicidade da natureza
transformava a primavera em ternas lembranças permitidas e realizadas
por Canindé Silva.
Como em Praga, como na CUT, como no acampamento dos Estudantes, como
nas primeiras mobilizações, ocupações, passeatas, greves, como nas lutas
mais gerais, o dia 17 de junho será lembrado como o dia da Primavera
sem Canindé Silva. Saiba meu amigo, que muitos, muitos mesmo têm
lamentado a sua partida. E nós, no dia da posse deixamos o seu lugar
como sagrado. Houve a substituição não a ocupação. Como as flores que
embelezam a natureza, esteja você neste mundo desconhecido tão bem que
nos permita imaginar te vendo sorrindo e fazendo novas canções na
primavera eterna. Dia 17 se aproxima. E você continua próximo por
aqueles/as que te amam.
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