O encerramento do Ano da Democracia, da Memória e do Direito à
Verdade, ocorrido quinta-feira na Câmara dos Deputados, transformou-se
num ato de repúdio a grupos que pedem a volta do regime militar.
Senadores e deputados das Comissões de Direitos Humanos da Câmara e do
Senado criticaram os que defendem a volta do período que, segundo a
Comissão Nacional da Verdade, foi responsável por ao menos 434 mortes.
— É muito importante trazer à tona a memória e a verdade — disse Ana Rita (PT-ES), presidente da CDH do Senado.
O deputado Assis do Couto (PT-PR), presidente da CDH da Câmara, concordou:
— Vemos pessoas se manifestando pela volta da ditadura por ignorância
do processo histórico, dos valores da democracia e do pluralismo.
O líder do PT na Câmara, Vicentinho (SP), manifestou solidariedade à
deputada Maria do Rosário (PT-RS). Na terça, o deputado Jair Bolsonaro
(PP-RJ) disse que só não estupraria a colega porque ela “não merece”.
Segundo Vicentinho, a atitude demonstra como os direitos humanos são
diariamente violados.
Na quarta-feira, a CDH do Senado decidiu encaminhar representação contra Bolsonaro.
No evento, foram lançados os livros Um Homem Torturado: nos passos de
frei Tito de Alencar, de Leneide Duarte-Plon e Clarisse Meireles, e O
Brado Retumbante, do jornalista Paulo Markun. O primeiro narra a
trajetória de frei Tito, que morreu em 1974, em consequência de
torturas. O segundo trata do período que vai do golpe militar à retomada
da democracia.
— Na democracia, você não é preso se pedir a volta da ditadura, mas,
na ditadura, você é preso se pedir democracia — disse Markun.
O evento foi pedido pela deputada Luiza Erundina (PSB-SP) e contou com o apoio da CDH do Senado.
Fonte: Jornal do Senado
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