Além de produzirem sombra, a copa das plantas, dependendo do tamanho e densidade, absorve os raios emitidos pelo sol e equilibram a radiação.
Um hábito muito comum até pouco tempo atrás era o plantio de árvores nos quintais das casas dos teresinenses. Essa prática vem sendo deixada de lado, por conta da verticalização, e a capital do Piauí, conhecida como Cidade Verde, não tem mais tanto verde assim.
O professor do curso de Geografia da Universidade Federal do Piauí, e pesquisador de clima urbano, Carlos Sait, explica que a arborização nos espaços urbanos contribui para amenizar os efeitos causados pelas altas temperaturas, características em Teresina.
Além de produzirem sombra, a copa das plantas, dependendo do tamanho e densidade, absorve os raios emitidos pelo sol, e equilibram a radiação solar. O nosso verde nunca foi verde público, sempre foi dos quintais. “Quanto mais perdemos essa característica, mais os efeitos são sentidos pela população”, afirma o especialista.
O modo como se dá o processo de urbanização em Teresina também contribui para o aumento das temperaturas e da sensação térmica. “A cidade está ficando cada vez mais impermeável. O que era cobertura vegetal, se torna avenidas. Em Teresina, a urbanização não é intercalada com áreas verdes. A cidade não possui, para suprir suas necessidades, uma densidade de verde público, como parques e reservas ambientais”, avalia.
A construção de edifícios cada vez maiores também contribui para que os efeitos das altas temperaturas sejam sentidos por que mora em Teresina. Segundo Carlos Sait, dependendo da forma que são construídos, os prédios podem interferir na qualidade de vida.
“Os edifícios absorvem energia, e dependendo do tipo de material que são construídos, provocam uma série de efeitos. É importante que os arquitetos, ao planejarem uma construção, respeitem os limites de preservação, e as distâncias necessárias”, alerta.
Um fenômeno muito comum em grandes cidades é a diferença da temperatura dos centros para a periferia e zona rural. O nome desse fenômeno é Ilha de Calor. Segundo Carlos Sait, a derrubada de áreas no perímetro urbano é o principal fator que contribui para o surgimento dessa situação.
“Nas áreas centrais, as árvores são derrubadas para a construção de estacionamento. Isso interfere diretamente nas condições de temperatura. Ao estudar o fenômeno da ilha de calor, comprovamos, de alguma maneira, que os lugares que têm mais densidade construída são os mais afetados” explica o professor.
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