sexta-feira, 16 de outubro de 2015

CURIOSIDADE >> Moedas raras podem valer até 700 vezes seu valor de face

Poucos sabem, mas, entre as moedas que circulam como troco, há exemplares raros cujo preço no mercado de colecionadores chega a 70.000% do seu valor de face.

A moeda de R$ 1 lançada em 1998 em comemoração ao cinquentenário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, por exemplo, é vendida em sites de comércio eletrônico por preços que vão de R$ 50 a R$ 200, dependendo do estado de conservação. Um exemplar de R$ 0,05 cunhado em 1999 chega a ser vendido a R$ 35.

No caso da moeda de R$ 1, o preço alto é explicado, em parte, pela raridade do exemplar: 600 mil unidades foram produzidas, entre um total de 3 bilhões de moedas de R$ 1 que circulam no país, segundo estimativa do BC. O aumento recente na procura por moedas de real, causado especialmente pelo lançamento, a partir de 2008, de álbuns destinados a colecionadores, também contribui para o valor elevado.

Com espaços para guardar um exemplar de cada moeda já lançada, os álbuns dão informações sobre o número de unidades produzidas e os metais usados na cunhagem —que, em alguns casos, variam de ano para ano entre moedas de mesmo valor.

"Toda iniciativa feita para cativar o colecionador contribui para aumentar a procura pelas moedas", diz Edivan de Oliveira Lima, colecionador, comerciante e diretor de divulgação da Sociedade Numismática Brasileira.

OUTROS PAÍSES
"A numismática estudo e colecionismo de moedas] é mais forte em outros países, como nos EUA, em grande parte por causa dos álbuns, dos estojos e da grande variedade de moedas comemorativas", afirma.

No caso brasileiro, o lançamento dos álbuns tornou interessantes moedas até então quase ignoradas. "Antes do álbum, ninguém colecionava moedas de aço. Hoje, até quem possui uma grande coleção de moedas de ouro, prata e cobre se interessa pelas atuais", diz Lima.

Com a realização da Olimpíada no Rio de Janeiro, em 2016, o número de moedas comemorativas de circulação comum disparou, tornando-as mais conhecidas entre a população brasileira.

Até 2012, apenas cinco peças de celebração haviam sido lançadas: duas em 1995, de R$ 0,10 e R$ 0,25, dedicadas aos 50 anos da FAO (braço da ONU para alimentação e agricultura); uma homenageando a Declaração dos Direitos Humanos, em 1998; e moedas de R$ 1 para comemorar o centenário do ex-presidente Juscelino Kubitschek (1902-1976) e os 40 anos do Banco Central, em 2002 e 2005.

Desde então, 14 novas moedas foram produzidas, nove só neste ano. Entre elas, apenas uma, que comemora os 50 anos do BC, não está relacionada à Olimpíada de 2016. E o ritmo vai se manter: para o ano que vem, o BC planeja lançar outras quatro.

Lima aposta que, no médio prazo, essas moedas se valorizarão. "A tiragem delas é pequena, de no máximo 20 milhões, e atletas, jornalistas e turistas que visitarem o país vão querer levar como recordação", diz o colecionador.

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