terça-feira, 17 de novembro de 2015

RECONHECIMENTO HISTÓRICO >> Primeiro açude do país, Cedro busca título de patrimônio mundial

Açude foi construído devido aos efeitos de estiagem no século XIX (Foto: Governo do Estado/Divulgação)
Açude foi construído devido aos efeitos de estiagem no século XIX
O Açude do Cedro, em Quixadá, é candidato a receber o título de Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). A solicitação foi feita pelo governo brasileiro, por intermédio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

A Lista Indicativa funciona como um instrumento de planejamento de preparação de candidaturas, assemelhando-se a um inventário, e é composta pela indicação de bens culturais, naturais e mistos, apresentados pelos países que ratificaram a Convenção do Patrimônio Mundial da Unesco. Essa iniciativa pode ensejar a participação de gestores de sítios, autoridades locais e regionais, comunidades locais, ONGs e outros interessados na preservação do patrimônio cultural e natural do país.



O Açude do Cedro, em Quixadá, foi a primeira grande obra hídrica realizada pelo Governo Brasileiro. A ordem de construção foi dada por D. Pedro II em decorrência do grande impacto social provocado pela seca de entre 1877 e 1879.



O Governo Imperial solicitou ao engenheiro Ernesto Antônio Lassance Cunha e a outros técnicos estudos de meios para o combate aos efeitos das secas. Ficou então decidida a construção de barragens nos leitos dos rios para barrar as águas pluviais. O próprio Ernesto Cunha indicou o Boqueirão do Cedro como local selecionado. Em 1880, o engenheiro britânico Jules Jean Revy confirmou a indicação.



No ano de 1882 o primeiro projeto foi feito pelo próprio Jules Revy que coordenou a realização de obras preliminares, como a construção de uma estrada de acesso e a instalação das máquinas. Às vésperas do início das obras, ocorre a proclamação da república e a consequente retirada de Revy. Após modificações no projeto realizadas em 1889 pelo engenheiro Ulrico Mursa, da Comissão de Açudes e Irrigação (atualmente DNOCS), as obras foram finalmente iniciadas em 15 de novembro de 1890. Sua conclusão, após várias interrupções, foi em 1906, já sob coordenação do engenheiro Bernardo Piquet Carneiro, que assumiu a direção da construção em 1900.



O açude teve base em alguns monumentos romanos no comando de Julio Caesar (Julio César). Possui quatro barragens: a Principal, a do Sul, a da Lagoa do Forges e a do Vertedouro. Estas barram as águas do rio Sitiá e dos riachos Macambira, Verde, do Socorro, do Cabo, Guaribas, Caracol e entre outros riachos da região
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