O histórico levantado no relatório revela rápido crescimento a partir de 2014, quando essa fonte passou de 7,8% na geração de energia elétrica para 19,2% no ano seguinte. No final de 2016, a fonte eólica já representava 37,2%. Para efeito de comparação, em 2008, esse percentual beirava ínfimos 0,3%. O crescimento, segundo o Etene, deve se consolidar em parte devido ao esgotamento do potencial hidrelétrico economicamente viável na Região.
“A tendência é o incremento paulatino da participação da fonte eólica na matriz de geração de energia elétrica da Região nordestina, em razão desta ser, atualmente, a segunda alternativa mais competitiva, perdendo apenas para as grandes hidrelétricas”, ressalta o coordenador de estudos e pesquisas do Etene, Francisco Diniz Bezerra, doutor em Desenvolvimento e Meio Ambiente.
O Plano Decenal de Expansão de Energia 2024, elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia, não prevê nenhum projeto de hidrelétrica para o Nordeste até 2024. Por outro lado, a Região deverá contar em breve com aporte de 3,3 gigawatts (GW) a partir de usinas de geração de energia de fonte eólica já em construção. Há ainda outros 4,1 GW de projetos já aprovados e com construção não iniciada, previstos para entrar em operação nos próximos anos.
Segundo o Etene, a previsão é que os projetos em andamento e previstos no Nordeste demandarão recursos da ordem de R$ 35 bilhões, representando boas oportunidades para toda a cadeia produtiva. Somente para 2017, o Banco do Nordeste conta com R$ 11,4 bilhões aportados no FNE Infraestrutura, passíveis de aplicação em projetos ligados a esse setor.
As demandas por recursos devem aumentar ainda mais em um horizonte de futuro mais amplo, já que a expectativa é que, até 2024, 11,6% de toda a capacidade de geração de energia elétrica do Brasil provenha de fonte eólica. Segundo o Etene, graças ao elevado potencial eólico do Nordeste, essa mudança na matriz energética deve colaborar para a Região alcançar a autossuficiência na geração de energia elétrica.
O estudo encontra-se disponível na seção “Cadernos Setoriais”, no site do Banco do Nordeste na internet, no endereço https://www.bnb.gov.br/publicacoes-editadas-pelo-etene.
FNE Infraestrutura – Contando com recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), o FNE Infraestrutura é uma linha de crédito que dispõe de R$ 11,4 bilhões para investir em obras estruturantes na Região. É voltada para investimentos privados, por meio do financiamento de empresas engajadas em parcerias público-privadas (PPPs) e concessões.
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