quinta-feira, 8 de março de 2018

NÓS E A LITERATURA >> Lições que aprendemos com personagens da literatura

O que nos ensinam as histórias e personagens marcantes da literatura.

A literatura é uma manifestação artística centenária e está entre as 7 maiores formas de arte produzidas pelo homem. Com a capacidade de expressar as emoções, anseios e dilemas humanos, os livros fazem muito mais do que transportar o leitor para outro universo – eles inspiram e ensinam lições que podem durar uma vida inteira. Todos nós temos aquelas histórias que marcaram nossas vidas, como também aqueles personagens que parecem tão próximos que tornam-se amigos e, principalmente, conselheiros nos momentos difíceis.
Selecionamos 10 histórias que são repletas de personagens inspiradores e falamos um pouco do que podemos aprender com eles. Afinal de contas, o final dos protagonistas já está traçado, alguns são felizes e outros aqueles que fazem os leitores se debulharem em lágrimas. Mas o importa é que a nossa vida não tem um final planejado e podemos buscar inspiração e aprender com todas as histórias que lemos.

Confira a lista!

  • O menino do pijama listrado, de John Boyne

    Bruno é apenas uma criança de nove anos que, obviamente, não sabe nada sobre o Holocausto. Também não faz ideia de que seu país está em guerra e muito menos de que sua própria família está envolvida no conflito. Após se mudar para uma região vazia e desolada, Bruno enxerga uma cerca da janela de seu quarto, com centenas de pessoas de pijama depois dela. Ao caminhar pelo terreno em busca de alguém para brincar, o menino conhece Shmuel, um garoto de sua idade que vive do outro lado da cerca, nascendo assim uma incrível, emocionante e inspiradora história que nos ensina o que é a verdadeira amizade.
    “A infância é medida por sons, aromas e visões, antes que o tempo obscuro da razão se expanda.”

  • Harry Potter, de J.K Rowling

    J.K Rowling escreveu os livros de Harry Potter em meio à uma depressão severa. Rowling tinha perdido sua mãe, era mãe solteira e ainda estava sem emprego. Introvertida, a autora de uma das sagas de maior sucesso de todos os tempos construiu um universo no qual refletia suas lutas pessoais, esperanças e desejos. A maior lição que podemos aprender com os personagens de Hogwarts é, sem dúvida, o poder do caráter, da justiça, da bondade e principalmente os obstáculos que podem ser ultrapassados através da força da amizade e da coragem.
“São as nossas escolhas, Harry, que revelam quem realmente somos, muito mais do que as nossas habilidades.”

  • O pequeno príncipe, de Antoine de Saint-Exupery

    Aquilo que realmente é essencial e importante na vida é, sempre, invisível aos olhos.  O autor, Antoine de Saint-Exupery, usa como pano de fundo a história de um pequeno príncipe em busca do seu planeta, mas que surpreendentemente encontra a verdadeira amizade em uma rosa, para fazer o leitor refletir sobre os reais valores da vida, como ser responsável com os nossos sentimentos e de outras pessoas, não se perder da nossa criança interior e encontrar o seu lugar no mundo. Com uma crítica feroz aos valores superficiais da sociedade, esta obra inesquecível tem o poder de transformar o leitor a cada página – e acreditem, as lições são tão extraordinárias que se servem para todas as idades.
“A gente corre o risco de chorar um pouco quando se deixa cativar.”

  • Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis

    Possivelmente, a maior lição que podemos nos inspirar deste clássico de Machado de Assis, é a enxergar a sociedade, a política, os costumes e contexto social que estamos envolvidos com olhos críticos – sem nos deixarmos levar pelo senso comum. Com uma narrativa repleta de ironias, Memórias Póstumas de Brás Cubas é um livro divisor de águas na literatura brasileira. Brás Cubas, o protagonista morto, reflete em apenas uma frase o seu sentimento de indignação em relação à classe dominante do Brasil de sua época: “”Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria.”
    “Quem escapa ao perigo ama a vida com outra intensidade”.

  • Jogos Vorazes, de Suzanne Collins

    Em um futuro apocalíptico com uma cidade governada por um regime totalitarista, Jogos Vorazes é uma competição anual na qual 16 adolescentes lutam até a morte. No entanto, as três maiores lições que a obra ensina são a ser fiel à você mesmo e seus instintos, reconhecer seus pontos fortes e escolher muito bem as pessoas que inspiram e orientam você pela vida.
    “Nunca ninguém ganha os jogos. Ponto final. Há sobreviventes. Não há vencedores.”

  • Dom Casmurro, de Machado de Assis

    Em uma das principais obras de Machado de Assis, o bruxo do Cosme Velho, a polêmica em torno da possível traição da personagem Capitu, torna a história um enigma para todos que a leem pela primeira vez. Apesar da visível dissimulação da personagem, existem lições que só a Capitu, construída genialmente por Machado, pode nos ensinar. A primeira lição é: seja paciente. Quando Bentinho estava no seminário, Capitu esperou pacientemente por sua volta, sem dramas ou revoltas. E ainda por cima ficou mais próxima de sua quase-sogra. A outra lição é: não tenha medo de ser quem você é. Capitu conquistou o coração de todos com o seus olhos de ressaca e seu jeito espontâneo, sem medo ou inseguranças.
“Olhos de cigana oblíqua e dissimulada. Oblíqua eu não sabia o que era, mas dissimulada eu sabia…”

  • Guerra dos tronos, de George R. R. Martin

    Lições de estratégia ou de como lidar com as desaventuras da vida e inimigos, são os grandes ensinamentos de Guerra dos tronos. Neste livro, que tornou-se uma das séries mais populares dos últimos anos, a hostilidade e competição que ambientam a obra trazem ensinamentos preciosos. Uma delas é que é muito mais difícil sentar em um trono, do que conquistá-lo de fato. Ou seja, estar em um lugar de liderança é muito mais difícil do que imaginamos e exige responsabilidade e grande inteligencia emocional para lidar com as pessoas. É nesse contexto que outra lição valiosa da saga entra: use o poder com sabedoria. Parece fácil, mas na prática é bem mais complexo. Ainda bem que temos os personagens da série para nos inspirarem, né?
“Nunca esqueça quem você é, o resto do mundo não vai esquecer. Vista isso como armadura, e isso nunca poderá ser usado para o machucar.”

  • Capitães da areia, de Jorge Amado

    Um dos maiores clássicos da literatura brasileira, Capitães da areia conta a história de meninos pobres que vivem em um Cais na praia de Salvador, na Bahia, e não tem esperança de encontrar o seu lugar na sociedade. Com críticas à miséria e falta de oportunidades que milhares de crianças pobres sofrem no Brasil, Jorge Amado criou personagens tão reais que chegam a assustar. Os capitães da areia podem ser qualquer grupo de meninos, em qualquer esquina, cidade ou estado do país. Liderados por Pedro Bala, os meninos nos ensinam que enfrentar a realidade, por mais difícil que ela esteja, se torna mais fácil quando temos amigos.
“Vestidos de farrapos, sujos, semiesfomeados, agressivos, soltando palavrões e fumando pontas de cigarro, eram, em verdade, os donos da cidade, os que a conheciam totalmente, os que totalmente a amavam, os seus poetas.”

  • Meu pé de laranja lima, de José Mauro de Vasconcelos

    Nesta história emocionante de José Mauro de Vasconcelos, Meu pé de laranja lima conta a história de um menino que encontra abrigo e conforto em sua árvore frutífera, fugindo da realidade e das tristezas do mundo. A maior lição que o livro nos ensina é a da importância da inocência, como o menino Zezé mesmo disse: “A verdade é que me contaram as coisas muito cedo”. Mesmo que não seja possível, depois de adultos, enxergamos a vida com a inocência de uma criança, a obra nos mostra a importância de preservar a positividade e a fé nas pessoas.
“A verdade é que me contaram as coisas muito cedo.”

  • Cem anos de solidão, de Gabriel García Marquez

    Existe aquela velha história de que em casamento de primos, os filhos da união geralmente nascem com problemas genéticos. Não foi diferente para a Úrsula, a matriarca de uma das famílias mais conhecidas da literatura mundial. Quando se casou com seu primo José Arcadio Buendía, Úrsula ficou com tanto medo de ter filhos deformados – especificamente com rabo de porco – que demorou meses para consumar o casamento. Bom, além do grande significado de Cem anos de solidão para a literatura da América Latina e as lições sobre a importância da família e as consequências do tempo, podemos aprender também que filhos de primos não nascem com rabo de porco, não é? 😃
“Um único minuto de reconciliação vale mais do que toda uma vida de amizade.”

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