Acesso à água, assistência técnica e fortalecimento da produção de alimentos. Estas são ações que 6.821 famílias do Semiárido terão garantidas por meio do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2). As atividades serão executadas por 34 organizações não governamentais que atuam nos estados da Bahia, Ceará, Rio Grande do Norte, Piauí, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Minas Gerais. Ao todo, 68 municípios do Semiárido brasileiro estarão envolvidos no Programa que visa fomentar a produção de alimentos limpos e diversificados na região. No Rio Grande do Norte, as organizações SEAPAC, Sertão Verde e FETRAF vão construir 603 tecnologias de captação e armazenamento de água para a produção de alimentos.
De acordo com informações do Censo Agropecuário de 2006, a agricultura familiar compõe a base econômica de 90% dos municípios brasileiros com até 20 mil habitantes. A pesquisa também revela que de 10 postos de trabalho no meio rural, sete são de agricultores familiares. E este mesmo modo de produção é responsável por garantir a segurança alimentar e a erradicação da fome em grande parte dos municípios do país. Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), no Brasil, 70% dos alimentos que chegam à mesa da população são produzidos pela agricultura familiar.
Pensando nas características que constituem esta atividade econômica, o P1+2 inova e neste termo de parceria entre a Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), traz o componente da produção agroecológica para dentro do Programa e além da implantação das tecnologias de captação e armazenamento de água e dos processos de mobilização social e formação, oferta às famílias assistência técnica.
Sobre a relevância desta inciativa, o assessor de coordenação do P1+2, Claudio Ribeiro, explica o que representa este novo momento do Programa. “Primeiramente, é bom dizer a importância dessa ação na integração de políticas públicas: água, fomento [recurso que é utilizado na aquisição de infraestrutura para ao agroecossistema familiar] e Ater [Assistência Técnica e Extensão Rural]. A segunda questão é que dará a possibilidade do P1+2 se qualificar ainda mais com relação ao planejamento das famílias para a produção de alimentos, a partir do diagnóstico da propriedade e a elaboração de um projeto produtivo, com a possibilidade de a família ter opções para potencializar essa produção”.
Na conjuntura atual, em que estão sendo cortados recursos para investimento em políticas públicas, entre elas, a de acesso à água, o assessor técnico da Coordenação Geral de Acesso à Água (CGAA) do Ministério do Desenvolvimento Social (MDA), Luiz Claudio Campos enfatiza o quanto a parceria com a ASA e a execução do Programa neste contexto, contribui para que este conjunto de políticas de acesso à água, alimentos e assistência técnica que estão sendo integradas nesta etapa do P1+2 sejam fortalecidas.
Fonte: www.asabrasil.org.br
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