Relatório de avaliação dos ODSs, publicado na quarta-feira (20), aponta avanços e recuos na Agenda 2030; número de pessoas subnutridas aumentou, mas taxa de mortalidade infantil caiu.
Mudanças climáticas, conflitos, desigualdades, pobreza, fome e urbanização dificultam o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. A informação consta de um novo relatório lançado esta quarta-feira, em Nova Iorque.
A pesquisa das Nações Unidas destaca vários avanços, mas diz que os progressos têm sido lentos e mais esforços são necessários para vencer os desafios que os países enfrentam.
POBREZA E FOME
No lançamento, o secretário-geral adjunto para os Assuntos Económicos e Sociais, Liu Zhenmin, disse que “a transição para sociedades mais sustentáveis e resilientes exige uma abordagem integrada, reconhecendo que esses desafios, e as suas soluções, são interdependentes”.
O relatório usa os dados disponíveis mais recentes para avaliar o progresso nos 17 Objetivos, destacando também lacunas e desafios.
No Objetivo 1, dedicado à pobreza, a pesquisa diz que 783 milhões de pessoas ainda vivem com menos de US$ 1,90 por dia, o nível que determina pobreza extrema.
No Objetivo 2, Fome Zero, depois de um período de declínio, acontece agora uma subida dos números. Em 2015, existiam 777 milhões de pessoas subnutridas. Esse número passou para 815 milhões em 2016, sobretudo devido a conflitos e desastres naturais.
SAÚDE
Quanto ao Objetivo 3, a pesquisa diz que “mesmo nas regiões com os maiores desafios de saúde, o progresso tem sido impressionante”. Entre 2000 e 2016, a taxa de mortalidade infantil caiu 47%, com o número de mortes de crianças com menos de cinco anos a descer de 9,9 milhões para 5,6 milhões.
Os autores também dizem que o mundo não está numa trajetória para acabar com a malária até 2030. Em 2016, existiam 216 milhões de pessoas com a doença, mais 6 milhões do que em 2013.
A nível da igualdade de gênero, o risco de uma menina se casar na infância diminuiu mais de 40% no sul da Ásia. Em todo o mundo, as mulheres continuam a gastar cerca de três vezes mais horas em trabalho doméstico e de cuidados do que os homens.
QUALIDADE DE VIDA
Nos países menos desenvolvidos, a parte da população com acesso à eletricidade mais do que duplicou entre 2000 e 2016. Apesar disso, quase um bilhão de pessoas ainda não tem este serviço, quase todas em zonas rurais.
A nível laboral, a produtividade aumentou e a taxa de desemprego diminuiu. Os jovens têm três vezes mais probabilidade de estar desempregados do que os adultos.
O relatório diz ainda que nove entre 10 pessoas que vivem nas cidades respiram ar poluído. Em relação à justiça, a proporção de prisioneiros detidos sem ser condenados permaneceu quase constante na última década.
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