sábado, 30 de junho de 2018

HISTÓRIA EM QUESTÃO >> A incrível tese de que o Brasil foi descoberto no Rio Grande do Norte e não na Bahia

Este artigo foi sucesso absoluto aqui no blog porque ele é tão interessante que atrai até quem não gosta muito de história.
Um pesquisador de nome Lenine Pinto, que também é professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte demonstra uma série de fatos e dados reais bastante curiosos, a serem contestados na história oficial do descobrimento do Brasil.
Segundo ele, baseado nestas informações o Brasil não foi descoberto em Porto Seguro na Bahia, mas no Rio Grande do Norte. É isto mesmo, você não leu errado!
Bom, em 1965 Lenine escrevia para um livro que lançaria naquele mesmo ano quando descobriu um dado interessante em suas pesquisas.
Acontece que durante a década de 40 um comandante Norte-americano chamado Jonas Inghram, de uma força tarefa no Recife, deixou escrito que escolheu esta cidade como sua base oficial em função da proximidade com o Cabo de São Roque, que é o ponto mais estratégico no Atlântico Sul.
Ele disse ainda que em Salvador teria uma melhor base, mas a distância de 400 milhas a mais fazia uma grande diferença.
“Como é que estas 400 milhas não iam fazer diferença para naviozinhos a vela, cheios de gente e dependendo de vento?”, indaga Lenine.
Segundo Lenine, Pedro Álvares Cabral também teve este mesmo problema. O navio estava praticamente parado. O tempo estimado da travessia de Cabo Verde a Porto Seguro, onde ancorou Cabral, são 30 dias.
curiozzzo-teste-descobrimento-praia-do-marco-professor-lenineEle deve ter ficado um ou dois dias no mar parado em função do desaparecimento da nau de Vasco de Ataíde. “Na realidade ele fez a travessia em 28 ou 29 dias como é que ele poderia ter ido até o sul da Bahia?”, adianta.
No ano seguinte, em 1501 João da Nova, fez a travessia do Atlântico e levou 30 dias do Cabo Verde ao Cabo de São Roque, o que Lenine entende como mais um respaldo para o tempo da viagem feita por Cabral.
“D. Manuel numa carta enviada ao Rei da Espanha explica que ele mandou João da Nova para procurar Cabral e eles já sabiam da rota. João da Nova não foi para o sul da Bahia e sim para as imediações do Cabo de São Roque”, explica o pesquisador.

Lenine defende que os portugueses já haviam passado pela terra de Vera Cruz. Uma das provas é que a carta do rei D. Afonso V datada de 1470, proíbe os comerciantes portugueses que negociavam na Guiné de explorar o pau-brasil. “Por que o pau -brasil? Não tinha o pau brasil lá”, questiona o pesquisador.

Aguada

Em 1498 havia peste na ilha de Cabo Verde, o arquipélago estava seco e já se presenciava a seca provocadora do esgotamento de suas reservas hídricas.
Este era o local para reabastecimento de água das embarcações. Vasco da Gama, lembra Lenine, passou por lá e também fez estas observações, depois de Cristovão Colombo.
Nas instruções a Cabral diziam que se ele tivesse água para mais quatro meses não era preciso parar em Cabo Verde.
A aguada, que era o sistema de abastecimento das naus, incluindo caça, a reposição de lenha dos navios e o descanso para os portugueses – aconteceu em Vera Cruz e não em Cabo Verde.
“O ponto fundamental da carta de Caminha são as notícias das águas. Ele diz que as águas são muitas, encontraram lagoa de água doce e fala muito nos rios”, menciona Lenine.
O pesquisador afirma que a água era tão importante que a naveta de mantimentos foi mandada de volta para Portugal com as notícias sobre este verdadeiro tesouro para a navegação portuguesa: a água.
As coincidências históricas apontam mais uma questão que leva o descobrimento ao Rio Grande do Norte:
O mapa de Cantino, em 1502, mostra que a ponta litoral do Estado era chamada de São Jorge, exatamente o santo do dia 22 de abril. Era praxe entre os navegantes batizar os achados como o nome do santo do dia.

O marco no Rio Grande do Norte

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A réplica do marco na Praia do Marco em São Miguel do Gostoso
Era normal chantar um marco no ponto onde chegavam e ao alcançarem o mar chantavam o segundo marco. “O Brasil tinha dois padrões (marcos), um na Praia do Marco, em São Miguel do Gostoso, e outro em Cananéia, em São Paulo”, ressalta Lenine.
Em documentos há relatos de que Cabral percorreu duas mil milhas na costa brasileira. “Duas mil milhas é exatamente a distância entre esse ponto do RN e Cananéia”, afirma. Ele lembra que o marco de Touros foi chantado por Cabral, na segunda missa no Brasil, no dia 30 de abril, junto à cruz onde foi celebrado o rito católico e tomada a posse oficialmente da terra.
O local onde foi encontrado o marco ficou sendo chamado de Praia do Marco. Veja fotos da praia:
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Outros pontos que reforçam ainda mais a tese

Outro ponto, ressaltado pelo pesquisador, é que Pero Vaz de Caminha, ao descrever a descoberta, disse que a primeira coisa que viu foi um monte alto e redondo, que seria o Pico do Cabugi, no sertão do Rio Grande do Norte. O Monte Pascal, na Bahia, é uma torre, cortada e não tem pico. Isso seria o atestado claro do descobrimento ter realmente ocorrido no RN.
Outro aspecto destacado na pesquisa é que o pau brasil nascia no Rio Grande do Norte e se estendia até Cabo Frio, com uma interrupção na Bahia.
“Em Porto Seguro não tinha Pau Brasil, muito menos açúcar, essenciais para a economia da época”, completa Lenine.
A partir de 1502, os navegadores portugueses registraram as missões marítimas no chamado mapa de Cantino, que mostra a ponta litoral do Estado do Rio Grande do Norte chamada de São Jorge, exatamente o santo do dia do nosso descobrimento.
Era praxe entre os navegantes batizar as terras descobertas como o nome do santo do dia.
(Fonte: Amjus – Associação de Meio Ambiente, Cultura e Justiça Social. Fotos: Google e Nelson Mattos Filho)

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