sexta-feira, 8 de junho de 2018

EM MOSSORÓ >> Uso inconsciente do Parque Municipal pode prejudicar fauna e flora

Comemorar aniversários ou realizar confraternizações em espaços públicos são ótimas opções para fugir da rotina nesses momentos de festa. Mas, em Mossoró, muitas pessoas estão usando o espaço do Parque Municipal Maurício de Oliveira de forma incorreta, sem preservar o meio ambiente. O lixo deixado no local acaba interferindo na função ecológica do local.

No último final de semana, ocorreu uma comemoração no local, sem aviso prévio e autorização por parte da direção do parque. A direção do parque explicou que, para realizar qualquer tipo de evento no local, é necessário pedir uma autorização na Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo com, pelo menos, 15 dias de antecedência.

“Eventos, pesquisas e atividades escolares devem ser feitas às solicitações de autorização com 15 dias de antecedência, justamente para que sejam passados os procedimentos do parque e para a pessoa ficar responsável pelo espaço, porque muitas pessoas fazem as atividades sem nenhuma autorização, sem saber o procedimento do que pode e não pode no parque, montam grandes estruturas em um ambiente que não sabem como funcionam”, explicou a diretora do local, Raphaela Araújo.

Ela disse ainda que, por se tratar de uma área ambiental, precisa ser tratado como tal pela população e que todos que visitam o Parque Municipal têm que ter consciência da função ambiental daquele local. “O parque é uma área de preservação ambiental, de proteção permanente, uma área verde em uma área urbana e, por isso, precisa de cuidados ambientais. E, para isso, precisa que a população contribua para essa atividade. Nisso, a gente ainda tem problemas, principalmente com restos de resíduos provenientes de atividades configuradas como eventos (aniversários, encontros, confraternizações). Esses eventos estão deixando o parque bem desgastado, justamente porque as pessoas não têm esse cuidado”, explicou.

Raphaela Araújo disse ainda que, caso alguém queira realizar eventos no local, é preciso ter consciência de que ficará responsável pela limpeza do ambiente, não deixando resíduos, que podem prejudicar os animais que lá vivem. “As pessoas acham que tem uma pessoa que vai lá e faz a limpeza do lixo deixado por eles. Elas têm que entender que o parque não é buffet; é uma área de preservação. As pessoas têm que ter esse cuidado”, finalizou.

Parque Municipal tem regras para visitação

Para poder visitar o Parque Municipal Maurício de Oliveira, é preciso seguir algumas regras estipuladas pela Secretaria de Meio Ambiente e Urbanismo e pela direção do local. Essas regras são de suma importância para a manutenção do espaço, que, antes de ser uma área de lazer para os mossoroenses, é uma área de preservação ambiental.

Raphaela Araújo, que está na direção do parque, disse que, além de comunicar a realização de eventos, é importante que os visitantes não utilizem bexigas e nem alimentem os animais silvestres. Ela explica que alguns animais possuem a audição mais sensível do que a dos humanos e podem se assustar com as bexigas, principalmente quando elas estouram.

“Os animais possuem a audição melhor do que a do ser humano, alguns, por exemplo, podem ouvir em frequências acima de 80 kHz, enquanto o ser humano é capaz de ouvir 20 kHz apenas. Dessa forma, muitos animais se assustam no momento em que a bexiga estoura, além de gerar o resíduo e eles tentar se alimentar, consequentemente se engasgando e mais um problema sendo ocasionado”, contou.

“Em relação a alimentar os animais, os nossos animais silvestres não podem ser alimentados, porque eles têm o horário próprio de alimentação. Se as pessoas levam alimentos para eles, eles vão se habituar a isso, e quando essas pessoas não levarem mais, eles não saberão mais caçar”, disse.

Ela comentou ainda que é preciso ter cuidado com o uso de cigarros no local, devido ao bioma da região (caatinga) ser propício para o início de queimadas, além de desgastar toda a fauna. No que diz respeito aos brinquedos que existem no local, Raphaela Araújo comentou que muitos deles são indicados para crianças pequenas, e que o uso inadequado por adultos pode acabar danificando os equipamentos.

“Em relação ao plantio, é importante verificar com a secretaria sobre as regras do parque. Porque tem os espaçamentos, tem o local de arborismo de sombras, locais nos quais faremos algumas obras. Então, nada deve ser plantado de forma aleatória, porque dessa forma teremos que retirar futuramente. Para evitar problemas futuros, é melhor não plantar ou entrar em contato com a gente, para a gente estar fazendo essas atividades”, finalizou Raphaela Araújo.

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