sexta-feira, 5 de abril de 2019

MEDO DE QUE? >> Em ofício, PSL exige à UFRJ que cancele debate com presença de Marcelo Freixo

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A que ponto chega a demonstração de incompetência, a canalhice E SOBRETUDO, O MEDO dos políticos ligados ao partido do coiso! 

O diretório do PSL em Niterói encaminhou ao reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Roberto Leher, um ofício exigindo o cancelamento de um debate que ocorrerá nesta sexta-feira na instituição, com a participação do deputado federal Marcelo Freixo (PSOL). 

O documento foi enviado ao gabinete da reitoria.  O evento "É tempo de resistir", organizado pelo coletivo estudantil "RUA-Juventude Anticapitalista", está marcado para acontecer na Faculdade Nacional de Direito.

Na carta, o também deputado federal Carlos Jordy (PSL), amigo dos filhos de Jair Bolsonaro e presidente do diretório, cita a filiação do reitor da UFRJ ao PSOL e  afirma que o evento "toma relevo de ilegalidade" por ter o escopo de "defenestrar a pessoa do presidente da República".

"Assim, diante do evento que se avizinha, a utilização dos equipamentos públicos para favorecer uma entidade privada, que é um partido político, contrário ao princípio constitucional da impessoalidade, e sobretudo com o escopo de defenestrar a pessoa do presidente da República, toma relevo de ilegalidade", diz o ofício.  

No documento, Jordy argumenta que o evento pode ser considerado uma propaganda eleitoral antecipada e afirma que o reitor, o deputado e outros agentes públicos envolvidos poderão responder por improbidade administrativa.

Em nota publicada no Facebook, o Coletivo RUA afirma que não vai cancelar o evento, que faz parte da agenda de recepção aos calouros do primeiro semestre de 2019.

"A Constituição Federal garante liberdade de expressão para a realização de debates em locais públicos, considerando estar fora de período eleitoral, bem como da livre associação a qualquer partido. Não aceitaremos a criminalização do diálogo, da troca de ideias e da diversidade de pensamento", diz a publicação do RUA. 

Membro do coletivo e aluno de mestrado da UFRJ, o estudante Caíque Azael reiterou a realização do debate e considerou "gravíssimo" o ofício  enviado pelo PSL à universidade.

— O evento está mantido, e caso aconteça algo para impedir nossa entrada na universidade vamos alterar o local, mas não acreditamos que isso vá acontecer, a UFRJ tem uma tradição democrática. O ofício é muito equivocado e fere a autonomia universitária, inclusive faz uma interepretação errada do papel da universidade e dos deputados. É gravíssimo querer impedir a realização de um debate acadêmico dentro da UFRJ, principalmente pelos motivos elencados no ofício, que criminaliza os movimentos sociais, os partidos políticos e o movimento estudantil — criticou o estudante.

A reitoria da UFRJ confirmou o recebimento do ofício e afirmou que não participa da organização dos eventos estudantis.

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