Principais riscos, segundo grupo, estão na perda de autonomia acadêmica e no financiamento da educação básica no país.
Um grupo formado por seis ex-ministros da Educação divulgou nesta nesta terça-feira (04) uma carta conjunta em defesa da educação no Brasil, uma das área mais turbulentas do início do governo Bolsonaro. Para eles, o setor está sendo ameaçado por um desmonte das políticas de Estado.
Os riscos mais eminentes, segundo o grupo, estão em ao menos dois pontos: perda da autonomia acadêmica e deterioração do financiamento da educação básica no país, amparado hoje pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).
O texto foi assinado pelos ex-ministros José Goldemberg (1991-1992), Murílio Hingel (1992-1995), Cristovam Buarque (2003-2004), Fernando Haddad (2005-2012), Aloizio Mercadante (2012-2014) e Renato Janine Ribeiro (abril a setembro de 2015) e divulgado em coletiva à imprensa no Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São paulo (IEA).
“O que estamos vendo é um esforço que não está sendo feito na direção correta, mas em aspectos secundários do problema”, disse José Goldemberg, chefe da pasta entre agosto de 1991 e agosto de 1992
“Estamos endereçando uma nota ao país e nos colocando à disposição da sociedade. Há riscos graves em relação a pelo menos dois temas: financiamento da educação básica e autonomia acadêmica”, disse o ex-ministro Fernando Haddad, que liderou o Mec de 2005 a 2012.
“Eles precisam entender que educação é política de Estado. Existe um planejamento estratégico no Plano Municipal de Educação (PME). É preciso diálogo e respeito à história da educação no país. Os protestos dos dias 15 e 30 de maio são só o apito da panela de pressão. Espero que o ministro Weintraubreflita sobre as recomendações que fizemos”, acrescentou Aloizio
O grupo de ex-ministros pretende continuar fazendo reuniões regulares sobre o assunto. “Nosso observatório vai abrir o diálogo para a comunidade acadêmica, parlamentares. Educação entrou no debate nacional e vamos continuar lutando para que não saia da agenda”, disse Mercadante.
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