Esse sábado (20) acontece a Feira Cultural da Reforma Agrária Popular, no Museu de Café Filho, na Cidade Alta, em Natal. O dia inteiro está cheio de programação, contendo venda de produtos agroecológicos, debates e apresentações culturais. O evento acontece das 7h às 18h.
A Feira Cultural é uma realização dos trabalhadores e das trabalhadoras rurais sem terra, organizados pelo MST, e tem como objetivo construir um espaço de socialização, partilhas culturais e comercialização entre os agricultores e agricultoras e a população natalense, numa relação direta entre produtor e consumidor. O evento também tem o intuito de gerar debate sobre a matriz tecnológica da agroecologia e o programa agrário da Reforma Agrária Popular.
Sob o sabor das lutas camponesas, a proposta é que a feira seja realizada uma vez por mês, aos sábados, no Museu. Além da amostra de produtos oriundos dos assentamentos, acampamentos e cooperativas do MST, a feira irá promover intercâmbio de saberes, partilha cultural e estímulo a reflexão em torno do Programa de Reforma Agrária Popular e as lutas populares no seio da sociedade natalense.
Nesta edição, ocorrerá, a partir das 10h da manhã, um debate sobre "Cultura e Luta de Classe" e ao meio dia ocorrerá o momento de Culinária da Terra e show da banda de forró pé de serra Fuxico de Feira. Logo depois, às 15h, será apresentado o espetáculo "Sal, menino mar" do Grupo de Teatro Faceta, Mutretas e Outras Histórias e para finalizar as atividades culturais, ocorrerá o show de Tiquinha Rodrigues convidando a cantora pernambucana Isaar França.
Reforma Agrária Popular
A Reforma Agrária Popular é uma estratégia política. Junto ao Programa Cultural do povo Sem Terra
para o campo brasileiro, consiste na construção de um novo modelo agrícola baseado em uma matriz de produção agroecológica em contraposição ao agronegócio. O programa político alia a democratização da terra, com a construção de outras relações de sociabilidade, produzindo alimentos saudáveis com respeito a biodiversidade, sem uso de agrotóxicos, voltado a agroindustrialização do campo e o desenvolvimento do País.
Na visão do setor de produção do MST: ele “representa um Projeto Popular para o desenvolvimento do campo e da sociedade brasileira no geral, na medida em que os territórios da reforma agrária assumem o papel crucial da produção de alimentação saudáveis, em larga escala e a preços justos, para alimentar a população brasileira, assegurando a autonomia dos povos do campo e a soberania nacional”. No entanto, esse projeto só é possível se assumido pelo conjunto da sociedade brasileira, por isso é necessário construir um amplo processo de debate, sobretudo, com as pessoas que vivem na cidade.
Assim, a Feira Cultural da Reforma Agrária Popular, configura-se em um espaço em meio ao cenário de resistência aos desmontes orquestrados pelo governo federal, que bloqueia a reforma agrária e criminaliza os povos do campo que lutam. Para o coletivo de cultura do MST, “a feira se propõe a construir relações de afetividade entre os frequentadores e frequentadoras e os agricultores e agricultoras, gerando relações próximas a amizades, rompendo com a lógica de comerciante-freguês, bem como promovendo espaços de partilha cultural, através das várias linguagens artísticas, debates e a “Culinária da Terra”, transversalizando as dimensões da arte, cultura e reforma agrária”.
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