E, no final, era tudo por dinheiro
A equipe de procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato usou o serviço público para enriquecer. Navegando nos mares tranquilos fomentados pela imprensa cooptada e pela articulação do golpe dado pela direita, esses servidores públicos, pagos pelo dinheiro do povo, usaram de suas prerrogativas funcionais para montar estratégias de enriquecimento.
Se esse país fosse minimamente sério, que sabemos todos não o ser, esses maus servidores estariam todos exonerados e, quiçá, presos por atos contrários ao interesse público. São apenas criminosos atuando dentro do estado em favor apenas de suas gordas contas bancárias. No seu louco afã de enriquecimento, esses maus servidores destruíram a engenharia nacional, afundaram o Brasil numa enorme crise econômica e social e perseguiram políticos que ousaram contrapor-se a seus desmandos e crimes perpetrados em nome dum falso combate á corrupção.
Esse, infelizmente, é o retrato perfeito do Brasil da Lava Jato: servidores usando o estado para enriquecimento pessoal. O nome disso? Corrupção...
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Deltan montou plano para lucrar com fama da Lava Jato, apontam mensagens
Flavio Ferreira, da Folha de S.Paulo
Amanda Audi e Leandro Demori, de The Intercept Brasil
"Procurador discutiu criar empresa sem ser sócio e estratégia para arrecadar com palestras; ele diz promover cidadania.
O procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato, montou um plano de negócios de eventos e palestras para lucrar com a fama e contatos obtidos durante as investigações do caso de corrupção, apontam mensagens obtidas pelo The Intercept Brasil e analisadas em conjunto com a Folha.
Em um chat sobre o tema criado no fim de 2018, Deltan e um colega da Lava Jato discutiram a constituição de uma empresa na qual eles não apareceriam formalmente como sócios, para evitar questionamentos legais e críticas.
A justificativa da iniciativa foi apresentada por Deltan em um diálogo com a mulher dele. 'Vamos organizar congressos e eventos e lucrar, ok? É um bom jeito de aproveitar nosso networking e visibilidade', escreveu.
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A lei proíbe que procuradores gerenciem empresas e permite que essas autoridades apenas sejam sócios ou acionistas de companhias.
Os diálogos examinados pela Folha e pelo Intercept indicam que Deltan ocupou os serviços de duas funcionárias da Procuradoria em Curitiba para organizar sua atividade pessoal de palestrante no decorrer da Lava Jato.
As mensagens mostram ainda que o procurador incentivava outras autoridades ligadas ao caso a realizar palestras remuneradas, entre eles o ex-juiz e atual ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro.
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Sempre que questionado sobre a sua atividade como palestrante, Deltan enfatiza que sua atuação neste campo tem como objetivo promover a cidadania e que grande parte dos recursos é destinada a entidades filantrópicas ou de combate à corrupção.
Pouco antes do primeiro aniversário da Lava Jato, em fevereiro de 2015, a dedicação de Deltan a cursos e viagens já gerava descontentamento entre os colegas da Procuradoria em Curitiba. Em uma conversa, o procurador buscou justificar suas atividades, dizendo que ela compensava um prejuízo financeiro decorrente da Lava Jato.
'Essas viagens são o que compensa a perda financeira do caso, pq fora eu fazia itinerancias [trabalho extraordinário em que, ao assumir tarefas de outro procurador, é possível engordar o contracheque] e agora faria substituições', disse o procurador.
'Enfim, acho bem justo e se reclamar quero discutir isso porque acho errado reclamar disso. Acho que o crescimento é via de mão dupla. Não estamos em 100 metros livres. Esse caso já virou maratona. Devemos ter bom senso e respeitar o bom senso alheio', completou Deltan.
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