segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

O"GOVERNO BOLSONARO" E O DESMSONTE DAS PÓLÍTICAS PÚBLICAS >> Famílias do Sertão cearense veem sonho de ter cisternas para água da chuva cada vez mais distante

DO BLOG: Enquanto para os militares vemos a todo momento escândalos relacionados  a gastos milionários com leite moça, whisky, churrasco e todo tipo de mordomias, passando pelos aumentos salariais exorbitantes, aposentadorias e pensões milionárias; Para comprar os deputados do "centrão" na eleição para presidente da câmara federal, foram mais de 3 bilhões... Já  para o povo pobre do Nordeste, o direito mínimo a água de beber é negado sob forma do corte de recursos para esse que é um dos mais importantes programas estruturantes para a sobrevivência na região semiárida...

Segue a baixo a matéria publicada no Jornal Diário do Nordeste no dia 08 de fevereiro de 2021

O programa de construção de tecnologias sociais de convivência com a seca desacelerou nos últimos seis anos. Sem liberação de recursos e construção de unidades, as famílias enfrentam dificuldades no Sertão

A dificuldade é grande, não tem água pra gente. O sonho era ter uma cisterna, já que sem água ninguém vive”. A dona de casa Luzinete dos Santos, 81, moradora da localidade de São Francisco, na zona rural de Crato, é uma das 65 mil moradoras cearenses que esperam a implantação de cisternas familiares, que acumulam 16 mil litros de água da chuva.

Os relatos de Luzinete, Narcisa e Maria se multiplicam. Lessiana Lunas, 34, observa que na comunidade Ladeira são 19 famílias que enfrentam precariedade no abastecimento. “É preciso implorar por um carro-pipa para encher os tambores e as caixas”.

Queda
Em 2020 o programa sofreu queda de 94% no Nordeste em comparação com 2014. O Ministério da Cidadania até dispôs dotação orçamentária de R$ 138 milhões, mas não executou nenhuma unidade. Os projetos que foram concluídos (8.310) decorrem de contratos firmados em 2017 e 2018.

No Ceará, já foram instaladas mais de 337 mil cisternas de primeira água (16 mil litros), mas ainda há uma demanda de 65 mil unidades. Foram implantadas no Estado, 32 mil reservatórios de segunda água (52 mil litros) e a demanda para essa tecnologia é de mais 180 mil equipamentos. Os números foram apresentados pela Articulação do Semiárido (ASA).

Entre 2019 e 2020 foram executadas 20 mil tecnologias de convivência com a seca, cujos recursos decorrem de uma cooperação direta firmada em 2018 com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES).

Tipos
Cisterna familiar - 16 mil litros - polietileno ou de concreto - cimento, ferro e areia;
Calçadão, produção ou de enxurrada - 52 mil litros - escavada na terra e feita de cimento, ferro e areia;
Escolar - 52 mil litros - cimento, ferro e areia.
Uma cisterna de 16 mil litros atende a uma família de cinco pessoas por oito meses.

À espera
Na zona rural de Iguatu, assim como em Crato, também há centenas de famílias que igualmente esperam por instalação de uma cisterna de 16 mil litros para atender a demanda de água de beber e para cozinhar os alimentos.

Quem tem cisterna sabe da importância da tecnologia de convivência com o semiárido. “Se não fosse essa cisterna não sei o que seria da gente, depender do caminhão-pipa com água que não serve para beber”, disse o agricultor Luís Felipe, morador da localidade de Morada Nova, zona rural de Iguatu.

Importância
Para o médico sanitarista e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Ceará, Odorico Andrade, a água de boa qualidade oriunda da chuva e acumulada nas cisternas “reduz doenças de veiculação hídrica, protege crianças e idosos e é uma necessidade diária”.

Ele destaca que o programa atende “as famílias mais vulneráveis que moram em áreas isoladas do sertão e é considerada uma das maiores ações, reconhecidas pela Organização das Nações Unidas, com ótimos resultados”.

O Sistema Verdes Mares entrou em contato como Ministério da Cidadania, mas até o momento da publicação dessa reportagem nenhum esclarecimento havia sido encaminhado.

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