quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Eleições em Natal >> Hermano Morais: Silas Malafaia agrega?

O pastor Silias Malafaia vem atuando fortemente nas eleições municipais. Está presente nas campanhas de José Serra, em SP; Ratinho Jr, em Curitiba; e visitará Natal, para declarar apoio a candidatura de Hermano Morais, que explora uma pauta  moral (aborto, família, religião, etc).

Fico com uma pulga atrás da orelha e construo a seguinte questão: até que ponto o dito líder religioso agrega do ponto de vista eleitoral?
Sim, ele possibilita um ganho eleitoral. Mas o negativo? Não conta?!  Não é pesado, considerado?

Natal tem cerca de 22% de evangélicos, que não necessariamente seguem tendência do Silas Malafaia. O segmento protestante não é monolítico. Tem várias tendências.

Ainda que ele exerça influência entre os evangélicos, o que acho que não é automático, e os demais 78% da população? Aceitam o uso da religião na política sem nenhum desconforto?!
Serra usou e abusou da pauta religiosa nas eleições presidenciais de 2010. Perdeu. Utiliza o mesmo argumento na disputa municipal de São Paulo, mas está mais de dez pontos atrás de Haddad. A própria imprensa paulista alega que o candidato do PSDB em SP se movimenta para afastar Malafaia de seu nome. A ficha caiu?

Como eleitor, tendo a reprovar o uso do Malafaia para fazer política. Como analista, acredito que não estou sozinho. O cidadão olha mais para os serviços municipais, para a cidade do que para questões religiosas. E, ainda que exista quem se comova com religião em tempos de eleição, o contrário me parece ser mais significativo.

O uso da religião na eleição cria uma antipatia por parte daqueles que não admitem a junção. É um atalho informacional para eleitores de centro e de esquerda, que vêem de modo “oportunista” tal apelo.

Vou arriscar um palpite: se o Silas Malafaia, que não é bobo e aproveita a disputa eleitoral para se legitimar enquanto liderança religiosa, continuar figurando nas campanhas, ajudará a eleger os opositores de Serra, Ratinho Jr e Hermano Morais. Só uma questão de tempo, ou de voto – laico.

Fonte: site Carta Potiguar

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