terça-feira, 18 de agosto de 2015

Literatura >> Três décadas dedicadas aos livros

Em 30 anos de carreira, Abimael festeja a marca de 425 títulos lançados
Bodas de pérola. É assim que se chama o aniversário de um casamento que já dura 30 anos, no caso o do Sebo Vermelho com a literatura. Dessa união, além de fazer circular livros usados como todo sebo faz, 'nasceram' nada mais nada menos que 425 títulos – entre edições inéditas e reedições históricas – e a tendência é que o número continue a crescer. Para celebrar a data, comemorada agora em agosto, o sebista e editor Abimael Silva decidiu esticar a festa durante todo o mês. A partir desse sábado (15), e ao longo dos próximos três, sempre das 9h às 12h, o endereço vermelho da Av. Rio Branco recebe lançamentos coletivos semanais compostos por quatro livros.

Em 30 anos de carreira, Abimael festeja a marca de 425 títulos lançados
Amanhã será a vez de “Amantes Guerreiras”, do escritor mossoroense Geraldo Maia do Nascimento. O livro, que traz 95 perfis de cangaceiras e defende a tese da relevância sexual das mulheres no bando de Lampião, divide as atenções com o romance histórico inédito “A Ressuscitada” de Francisco Galvão; com a compilação de crônicas inéditas “Outras Terras” sobre andanças pelo Brasil do norte-americano Steven Bird; e a reedição de “Memória Viva – Chico Antônio” organizada por Carlos Lyra.

“Nos filmes vemos as mulheres do cangaço pegando em armas e guerreando, quando, na realidade, assumiam o papel de amantes. Faziam parte da elite do bando: ficavam nos acampamentos e não tinham que se preocupar em fazer a comida ou lavar roupa, atividades para os homens. Passavam o tempo bordando a estética do cangaço”, disse Geraldo, economista de formação e pesquisador da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço. O autor contou que “Amantes Guerreiras” é resultado de 15 anos de trabalho, entre depoimentos, consulta a outras obras sobre o assunto e cruzamento de informações. “Conversei com a ex-cangaceira Sila (1919-2005), quando ela esteve aqui em Mossoró. Sila foi esposa de Zé Sereno, que tinha seu próprio bando, e era confidente de Maria Bonita. Ela confirmou tudo o que escrevi no livro”, garante.

Chico Antônio e os holandeses
Já o romance inédito “A Ressuscitada”, de Francisco Galvão, foi embasado em histórias fantasmagóricas do século 19 que versa sobre uma mulher que reaparece dois anos depois de morrer. Ao revisitar esse episódio, Galvão costura o romance com a presença holandesa no litoral sul do RN e as atividades da família Albuquerque Maranhão em Canguaretama. 

Dessa primeira leva, “Memória Viva – Chico Antônio”, do professor Carlos Lyra, é a única reedição. O livro transcreve a entrevista concedida pelo coquista ao programa da TVU e teve uma primeira tiragem (já esgotada) em 2003 pela Editora da UFRN. O título foi ampliado: a Sebo Vermelho Edições ampliou a obra com fotos e inclui na abertura texto assinado por Mário de Andrade, publicado em 1929 no jornal A República sobre seu encontro com Chico Antônio.

O quarto lançamento é “Outras Terras”, de Steven Bird, professor de Língua Estrangeira na Universidade do Maine (EUA). Escrito em português, o livro apresenta as impressões e revela experiências que Bird teve na América Latina: Brasil, México e Cuba. “Steven é um cara viajado”, disse Abimael Silva. O editor vermelho lembrou que fez contato com o norte-americano através de um amigo em comum. “Li as crônicas e gostei muito”, contou Silva, destacando que o professor também já agendou lançamento nos Estados Unidos.

PRÓXIMOS LIVROS
Abmael ainda adiantou outros títulos e temas lançados  ao longo do mês, como o livro de Raimundo Nonato sobre a presença de personagens norte-rio-grandenses na Revolução de 1817, movimento republicano que estourou em Pernambuco e que propunha o fim da monarquia. O livro lista desde os nomes mais conhecidos, como Frei Miguelinho e André de Albuquerque, condenados e fuzilados, a outros que participaram do movimento mas escaparam de condenação. Também está no prelo  a a biografia “Castro Alves, Amor e Revolução”, de autoria do acariense José Gonçalves de Medeiros. “Foi a única obra do escritor, que morreu tempo depois no mesmo acidente de avião que vitimou Dix Sept Rosado”, lembrou Abimael. Também está previsto a publicação do Memória Viva sobre  Vulpiano Cavalcante, médico e político potiguar. 

Fonte: Jornal Tribuna do Norte

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