Robson Andrade, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), foi preso na manhã desta terça-feira (19) em operação da Polícia Federal, em São Paulo. Batizada Fantoche, a ação contou com a participação do Tribunal de Contas da União (TCU) e desarticula esquema de corrupção que envolvia contratos das empresas do “Sistema S” com o Ministério do Turismo. No portal da revista CartaCapital
Foram cumpridos 40 mandados de busca e apreensão e 10 de prisão temporária, nos estados de PE, MG, SP, PB, DF, MS e AL. O presidente da CNI terá prisão temporária durante 5 dias. Também foi autorizado o bloqueio de bens e valores dos investigados.
A Confederação Nacional da Indústria, além de atuar em articulação com os 3 poderes, é responsável por toda a representação da indústria no Brasil. Robson de Andrade é presidente da empresa desde 2010, e na última eleição interna, em 2018, foi reeleito para se manter no cargo até 2022.
A operação da PF investiga grupo de empresas que, sob o controle de um mesmo núcleo familiar, atuava desde 2002 executando contratos firmados por meio de convênios com o Ministério do Turismo e as entidades paraestatais pertencentes ao “Sistema S”. É estimado que os envolvidos já tenham recebido mais de R$ 400 milhões decorrentes desses contratos.
Para justificar os contratos e convênios direto com o Ministério do Turismo e o “Sistema S”, o grupo utilizava entidades do direito, sem fins lucrativos, como empresas de fachada. Os contratos se apresentavam como produções de eventos culturais e de publicidade, sempre superfaturados.
Em nota, a CNI disse estar ciente da prisão temporária de seu presidente e afirmou que “não teve acesso à investigação e acredita que tudo será devidamente esclarecido” e que “está à disposição para oferecer todas as informações que forem solicitadas pelas autoridades.”
Foram presos também Francisco Gadelha, presidente da Federação das Indústrias da Paraíba, Ricardo Essenger, presidente da Federação da Indústria de Pernambuco e José Carlos de Andrade, da Federação de Indústrias de Alagoas.
A CNI liderou, no Congresso Nacional, pesado lobby para aprovar a Reforma Trabalhista, chancelada pelo Senado, em julho de 2017, que enviou o texto para sanção presidencial. A matéria alterou profunda e extensamente as relações de trabalho no País. Com a promessa de reduzir os índices de desemprego, a reforma depois de mais de ano em vigor, precarizou ainda mais essas relações e não cumpriu o que prometeu, pelo contrário.
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