quarta-feira, 3 de outubro de 2012

PARABÉNS A EDUCAÇÃO LAJENSE

Professora Vera Costa

Quero parabenizar a SEMEC Lajes na pessoa de sua dirigente maior, Professora Irene Martins, pela abertura de espaço para a assunção da Arte (representada em seus códigos) emergisse à condição de tema central na realização da edição 2012 da Culturart nas escolas do município e que também envolveu a rede estadual na cidade. O alçar da Arte à condição de tema central em tão grandioso evento nos leva a refletir a nossa própria existência enquanto seres pensantes, críticos e socialmente inseridos no contexto, não apenas educacional, mas acima de tudo, no contexto universal do Homem.
            
A Arte, enquanto disciplina do currículo escolar, sempre foi vista como passatempo para os alunos ou “coisa” de menor importância na construção da identidade social de nosso alunado. Infelizmente, o nosso município não se afasta desta realidade, contudo, são iniciativas como esta, dar ao ensino de Arte o seu devido respeito, que podem trazer para o cerne do ensino um novo olhar bem mais consciente, bem mais amadurecido e bem mais engajado para a valorização de uma disciplina que está, prioritariamente, no processo constitutivo identitário do nosso aluno.
Por posicionamento assumido pela SEMEC Lajes, fico agradecida (enquanto profissional do ensino de Arte, enquanto ser pensante e formador de opinião, enfim, enquanto cidadã) e tenho consciência de que todos aqueles que de alguma forma produzem o fazer artístico na cidade se sentiram agraciados no transcurso da IV CULTURART.
            
É certo que para a realização de um evento desta monta ainda vemos deficiências que nos saltam aos olhos. Para que se desenvolva um trabalho que efetivamente permita ao aluno imergir no universo artístico e dele construir sua própria realidade social, é necessário que se tenha materiais e condições para a ação, bem como o profesor carece de tempo para dar sua contribuição neste fazer acadêmico.
          
 É certo que algumas práticas, ainda tão internalizadas em alguns de nossos profissionais, remontam a um período em que fazer arte era apenas “traquinagem de infância” ou fazer desenhos sem qualquer preocupação teórico/técnica. Tal prática precisa ser vertiginosamente lançada ao baú do esquecimento e se traga à luz, as novas metodologias e os novos olhares didáticos permitindo que o aluno, foco maior, possa espraiar-se na seara das artes.
           
É necessário que dirigentes, professores e alunos estejam imbuídos de um sentido de crescer coletivo. Este crescer coletivo, necessariamente, passa pela existência de material adequado na escola, um contínuo processo de formação para os profissionais que trabalham neste campo do conhecimento. Tais ações redundarão no almejado "crescer coletivo".
            
Faço tais considerações por observar que o ensino de Artes ainda é vista por alguns como de menor importância, no entanto, todos aqueles que por algumas das escolas da rede de ensino passou, teve a grata satisfação de deparar-se com um mundo de conhecimento cientifico que a sociedade lajense não acreditava que seus filhos fossem capazes de tanto. São espaços como esses que permitem o “descortinar talentos” que ainda estão adormecidos e assim ficarão caso não haja um olhar efetivamente voltado para a igualdade de opções para todas as disciplinas do curriculum escolar.
            
Gostaria, por fim, de apontar algumas sugestões que acredito poderão contribuir com as próximas edições: Viabilização de recursos e cursos na área artística para os jovens lajenses que já se demonstraram capazes de um fazer artístico de qualidade e o criar oportunidades para que os professores de Artes sejam amplamente capacitados na área.
            
Reitero a minha alegria, minha satisfação e minhas congratulações a todos aqueles que estiveram envolvidos na execução do projeto: professores, alunos, gestores, pais de alunos  e profissionais da SEMEC. Estes últimos que acataram a ideia e fizeram acontecer. Para mim, profissional nesta área do conhecimento, já foi um grande passo em prol dos jovens artistas (nos mais diversos códigos da arte) que estão sendo revelados e carecem de apoio e estrutura para seguir em frente.


Professora Vera Lúcia da Silva Costa
Graduada em Artes UNP, Especialista em PROEJA
Mestranda em Ciências da Educação

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