No
dia em que se comemora o Dia do Professor, a categoria não tem muito o
que celebrar. Nos últimos anos, tem aumentado o déficit de docentes,
além da desistência dos jovens que cursam licenciaturas. A estudante
Flávia Taísa é um exemplo do abandono de curso. Ela cursava
Letras/Português na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
(Uern), mas acabou largando a graduação.
"Quando comecei a faculdade,
me identifiquei com o curso, até porque sempre gostei muito de
português. No entanto, quando eu encarei de fato uma sala de aula,
acabei desistindo da profissão. A desvalorização da docência aliada ao
desinteresse dos alunos me levou a abandonar o curso. Hoje eu trabalho
em outras áreas", destaca Flávia Taísa.
Na Uern, somente no semestre
letivo 2013.1, 280 alunos de graduação se desligaram dos cursos de
licenciatura da instituição. Os dados são da Diretoria de Registro e
Controle Acadêmico (Dirca/Uern).
O coordenador-geral do Sindicato dos
Trabalhadores em Educação Pública do Rio Grande do Norte (Sinte/RN),
Rômulo Arnaud, explica que a sociedade e o alunado compreendem e
valorizam o papel do professor. No entanto, ainda são muitos os desafios
a serem enfrentados pelos educadores com relação ao processo de
ensino-aprendizagem.
"O sentimento da categoria é que a sociedade e
até mesmo os alunos reconhecem a importância do professor. Uma pesquisa
recente mostra que mais de 90% da população reconhece que os professores
recebem uma baixa remuneração. Também percebemos isso nas nossas
mobilizações, já que sempre contamos com o apoio da população", afirma.
Rômulo
Arnaud ainda cita a melhoria nos salários dos professores nos últimos
anos. "Com a instituição do Piso Nacional dos Professores, houve uma
equiparação entre os salários pagos pelos municípios e estados. Claro
que ainda há muito o que melhorar, mas não podemos negar que hoje está
melhor do que antes", acrescenta o coordenador-geral do Sinte/RN.
Desafios a serem enfrentados pelos professores são muitos
Entre os desafios elencados por Rômulo Arnaud, está a melhoria na formação dos professores. "Os docentes não foram ensinados para trabalhar nessa realidade atual. Houve uma universalização da escola, mas não da vontade de aprender. Os alunos frequentam a escola por 'n' motivos e a maioria não é para estudar", afirma.
Outro desafio citado pelo
coordenador-geral do Sinte/RN é a carreira nacional para os docentes. "A
instituição de progressões, carga horária e salários unificados seria
uma forma de valorizar o profissional e fazer com que mais pessoas optem
pelo ensino", destaca.
Uma bandeira levantada pela categoria é a destinação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a educação. "Com esses valores, haveria um maior investimento na educação e possibilitaria a implantação de novos projetos de valorização", explica Rômulo Arnaud.
Uma bandeira levantada pela categoria é a destinação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a educação. "Com esses valores, haveria um maior investimento na educação e possibilitaria a implantação de novos projetos de valorização", explica Rômulo Arnaud.
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