Fonte: Jornal Gazeta do Oeste
Todo mundo tem dificuldades, seja no
trabalho, no convívio social, no aprendizado. Mas esses problemas se
tornam mais acentuados para as pessoas com deficiência física.
Incrivelmente, são essas pessoas que parecem nascer com mais força para
enfrentar os desafios impostos pela vida.
João Marciliano Meira Barbosa, muito conhecido na cidade como
simplesmente Joãozinho, teve glaucoma quando ainda era bebê e por isso
perdeu a visão. Mas não poder enxergar não foi motivo para ele deixar de
aproveitar todas as fases da vida, de estudar, ou trabalhar.
"Quando a gente começa a trabalhar quer galgar o sucesso. Sempre tive
vontade de trabalhar em rádio. Consegui. Agora quero fazer TV", diz.
Joãozinho faz parte da equipe de repórteres da Rádio Difusora de
Mossoró. Independente, como sempre foi apesar do problema, trabalha na
rua levando as informações para os ouvintes. Ele diz que ainda não
recebeu o convite de nenhuma emissora de televisão local, mas espera que
isso aconteça.
Mesmo com a capacidade profissional já comprovada, o repórter diz que
ainda enfrenta desafios e preconceito. "Tem companheiro de profissão
que tenta diminuir nosso trabalho. Por isso não baixo a cabeça", afirma.
A inclusão social é muito discutida hoje em dia, principalmente no
que se refere à educação. Escolas particulares e até o setor público têm
se preparado melhor para receber o aluno portador de necessidades
especiais. A acessibilidade em locais públicos tem melhorado bastante
nos últimos anos, mesmo ainda não sendo o ideal. Mas nem sempre foi
assim.
Joãozinho estudou até a 8ª série do ensino fundamental em escola
pública normal. Além de não específica para atender as necessidades e
diferenças de pessoas como ele, na época ainda não existia toda a
preocupação que tem hoje sobre a inclusão social das pessoas com
deficiência.
Mesmo enfrentando muitos desafios, ele conta que na infância não
deixou de fazer nada por causa do problema. "Fiz o que toda criança pode
fazer. Sou o mais novo dos irmãos e minha mãe sempre disse que sou o
único que nasceu normal", brinca.
Sobre preconceito, João Marciliano fala que muitas vezes parte da
própria família, muitas vezes tenta proteger demais e de certa forma
subestimando a capacidade da pessoa com deficiência. "Sempre há
diferença no tratamento e os pais se preocupam muito mais", afirma.
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