Fonte: Blog de Calos Santos
Depois de denúncia revelada por ISTOÉ, Ministério Público quer saber por que a Procuradoria-Geral da República não investigou financiamento irregular da campanha da governadora do Rio Grande do Norte. O caixa 2 do DEM no Rio Grande do Norte foi parar no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), que agora quer saber por que o ex-procurador-geral Roberto Gurgel não investigou o caso. Em sua última edição, ISTOÉ revelou um esquema envolvendo a governadora Rosalba Ciarlini.
Como mostrou a reportagem (AQUI),
interceptações telefônicas flagraram o presidente do DEM, senador José
Agripino (RN), e o marido de Rosalba, Carlos Augusto Rosado, acertando
detalhes de um financiamento de campanha ilegal. A partir do telefone do
contador da legenda Galbi Saldanha, hoje secretário-adjunto da Casa
Civil da governadora, funcionários aparecem fornecendo números de contas
pessoais para receber transferências irregulares de recursos.
As gravações já haviam sido enviadas à
Procuradoria-Geral da República em 2009, mas desde então nada foi feito.
O conselheiro do CNMP Luiz Moreira questiona os motivos que levaram ao
arquivamento dos grampos. “Este é um exemplo da controvertida gestão de
Roberto Gurgel”, diz Moreira. “Trata-se de uma falta de clareza de
critérios, que faz com que se pense que ele atuava com parcialidade.”
Não é a primeira vez que um parlamentar do DEM se beneficia da vista
grossa de Gurgel.
O ex-senador Demóstenes Torres, flagrado
em escutas da operação Vegas da Polícia Federal, deixou de ser
investigado pela Procuradoria Geral da República até a deflagração de
outra ação da PF, a Operação Monte Carlo, que confirmou a ligação do
parlamentar com o bicheiro Carlinhos Cachoeira.
A retomada das investigações do
Ministério Público e da PF no Rio Grande do Norte também provoca efeitos
no quadro político local, mais especificamente na prefeitura de
Mossoró, segunda maior cidade do Estado. Afastada do cargo por denúncia
de abuso de poder econômico, a prefeita Cláudia Regina, também do
Democratas, teve a campanha financiada pelo empresário Edvaldo Fagundes.
A PF identificou manobra de Fagundes
para driblar o bloqueio judicial de seus bens – o empresário estava
usando funcionários de suas companhias para movimentar valores
expressivos, na maioria das vezes fazendo saques em dinheiro vivo.
Afilhada política do senador Agripino,
Cláudia tenta conseguir junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) uma
liminar para voltar ao cargo, mas o Tribunal Regional Eleitoral (TRE)
determinou que eleições suplementares sejam convocadas em fevereiro ou
março para escolher o novo prefeito.
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