A adoção crescente de dispositivos móveis conectados à
Internet é um ímã para os cibercriminosos, avisa a Symantec. Estudo
recente da empresa de segurança afirma que 22 milhões de brasileiros
foram vitimas de crime digital nos últimos 12 meses, sendo que 57% delas
foram atacadas a partir dos seus smartphones.
Um dos fatores que levaram a este número alarmante foi o uso de redes
WiFi públicas e abertas. Segundo o estudo 61% dos que costumam usar as
redes sem fio em locais públicos acessam ou mandam e-mails pessoais, 68%
acessam suas redes de relacionamento e 28% verificam dados bancários a
partir desta conexão insegura.
Além disso, as pessoas confiam demais em seus dispositivos móveis,
segundo a empresa. Razão pela qual são facilmente enganadas por
armadilhas, golpes e fraudes disfarçados de apps móveis seguros.
Recentemente, um cibercriminosos russo criou um app que, supostamente,
garantia uma maior quantidade de “curtir” em publicações no Instagram.
Bastava que o usuário oferecesse o login e a senha. Ao todo, mais de 100
mil pessoas aderiram, antes que o golpe tivesse sido descoberto.
Esta alta confiabilidade dos aparelhos móveis será o foco dos
criminosos virtuais em 2014, afirma a empresa, que não está sozinha no
alerta. Segundo a G Data, embora os golpes envolvendo o envio de
mensagens SMS para números “premium” – que cobram por mensagem enviada
-, dando lucro aos golpistas e prejuízo ao usuário, estejam em declínio _
porque os dispositivos móveis com Android 4.2 ou superior serão
dominantes do mercado, e eles contam com novos e mais potentes
mecanismos de segurança _ os criminosos deverão seguir outro caminho em
2014.
“Prevemos 2014 como o ano dos roubos de dados pessoais através dos
aparelhos móveis, mesmo com o aumento e melhoria dos mecanismos de
segurança das novas versões do Android. Isso porque, como alternativa,
os criminosos irão investir na criação de novos e poderosos botnets para
smartphones e tablets diversos”, comenta Ralf Benzmüller, especialista
da G Data Security Labs.
A tendência preocupa não apenas as empresas de segurança. Esta
semana, a Electronic Frontier Foundation fez críticas ao Google por ter
removido o recurso App Ops, presente no Android 4.3, na atualização para
a versão 4.4.2 disponível desde a última segunda-feira para os
dispositivos Nexus. O App Ops fornece uma interface que permite aos
usuários retirarem facilmente as permissões dadas aos aplicativos ao
instalá-los. O controle granular das permissões fornecida pelo Ops App é
algo que os defensores da privacidade sempre desejaram. A preocupação é
que a remoção seja mantida quando o upgrade para a versão 4.4.2 do
Android estiver disponível para aparelhos Androids de outros
fabricantes.
“Por enquanto, apenas os usuários de dispositivos Nexus encontram-se
na difícil situação de serem obrigados a optar entre fazer a atualização
para a nova versão, que remove o recurso de privacidade Ops App,
deixando seus dispositivos vulneráveis, ou não fazer e deixá-los
desatualizados”, afirmou à CSO Peter Eckersley , diretor de projetos de
tecnologia da EFF.
O risco aí não é tanto o roubo de dados, mas o seu uso indevido por
empresas não autorizadas e pelos Vulna _ como a FireEye chama os
arquivos empacotados nas publicidades e apps disponíveis nos
dispositivos móveis _ que têm a capacidade de recolher informações
sensíveis, como o conteúdo de mensagens de texto, histórico de chamadas e
listas de contatos.
O BYOD (uso dos dispositivos móveis pessoais para o trabalho) é outro
fator que tem contribuído para o crescimento das vulnerabilidades
móveis, segundo relatório recente da IBM. Afinal, os seus dados pessoais
podem ajudar os cibercriminosos a terem acesso aos sistemas e dados da
empresa.
O que fazer para se proteger?
A resposta, básica, é adotar alguns hábitos saudáveis, como evitar acessar redes WiFi abertas e desprotegidas. Sempre que estiver usando uma rede WiFi pública, evitar acessar sistemas corporativos, lojas virtuais e bancos. Só baixar apps de lojas oficiais. Evitar clicar em links suspeitos enviados por SMS, e-mail ou redes sociais. Nunca fornecer dados pessoais em sites suspeitos, etc. Procurar usar o modo “escondido” das conexões Bluetooth e WIFI. Procurar usar as funções se segurança do sistema operacional do aparelho, como criptografia e bloqueio do aparelho (senha, reconhecimento de face no caso do Android, ou de impressão digital, no caso do iPhone 5S). E, sempre que possível, ter um antivírus instalado.
Há aplicativos maliciosos que pedem para acessar sua localização e
utilizam a conexão para rastrear a sua movimentação. É aconselhável
também verificar os direitos e as políticas de privacidade dos
aplicativos antes de instalá-los e as permissões para recursos como
atualização automática e localização.
É… Está pensando que é só pegar o novo brinquedinho que vai ganhar no
Natal e sair, usando? Não, mesmo! Além dessas regrinhas básicas para
proteger seus dados, é preciso cuidar também de proteger o acesso
indevido ao aparelho no caso de roubo ou furto. Um levantamento da
F-Secure mostra que cerca de 25% dos brasileiros já passaram por esse
tipo de situação.
A orientação, nesses casos, é manter a calma e entrar em contato
rapidamente com a sua operadora para solicitar o bloqueio do aparelho e o
da linha. Para bloquear o uso do aparelho por terceiros _no caso deles
trocarem o SIM card _ é importante saber o número de série do aparelho,
chamado de IMEI (Identificação Internacional de Equipamento Móvel). É
como se fosse o chassi do carro, que identifica o celular quando ele
está usando a rede de telefonia móvel. Para descobrir o IMEI, basta
digitar no teclado do aparelho *#06# e aparecerá um número, que deverá
ser anotado e guardado em local seguro.
Já para solicitar o bloqueio da linha voce deve informar à operadora
os dados pessoais que permitam sua identificação, como RG, CPF e
endereço. No caso de roubo do aparelho, a prestadora também orienta o
usuário a obter Boletim de Ocorrência (BO) na Polícia Civil.
O bloqueio do celular pode ser feito mesmo que o cliente tenha
adquirido o aparelho em lojas conveniadas, como a rede varejista, mas o
usuário deve procurar a operadora da qual é cliente.
Para os mais precavidos, uma boa sugestão é a instalação de softwares
de segurança que permitam o bloqueio, limpeza dos dados pessoais
(agenda, SMS, histórico de chamadas etc.) e até o rastreamento remoto do
dispositivo. Há a opção também de contratar um seguro. Com custo em
torno de 15% do dispositivo, esse tipo de seguro repõe o aparelho em
casos de roubo e furto qualificado (quando ocorre o rompimento ou
arrombamento de barreiras para acesso ao bem) e indeniza até 75% do
valor do bem.
Um ponto importante e que pode confundir os consumidores é justamente
a cobertura contratada do seguro: as seguradoras só indenizam o cliente
nos casos em que houver abordagem ameaçadora de bandidos (coação), o
que caracteriza roubo; e arrombamento de carros ou edificações
(residências, empresas), o que caracteriza furto qualificado. Nos casos
em que o aparelho é furtado em local público por descuido do
proprietário (caracterizado como furto simples) não há cobertura do
seguro. “O consumidor deve ter com o celular ou smartphone o mesmo
cuidado que tem com qualquer coisa de valor, ou seja, deve evitar
distrações e não deixar o objeto exposto de forma que facilite a ação
dos bandidos”, orienta Nikolaos Tetradis, superintendente do Grupo BB E
MAPFRE.
Site Nominuto.com
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