Site Carta Potiguar
O propagandista, José Agripino, disse que pode ser vice na chapa de Aécio Neves. Os fatos não corroboram o propalado cenário.
O senador José Agripino (DEM) não anda vivendo o melhor dos mundos.
Depois de assistir sua agremiação encolher no Brasil eleição após
eleição, teve, agora, de se colocar na condição de liderado de Henrique
Alves e Wilma de Faria.
Sem nenhuma garantia ainda clara, disse que votaria em Wilma de Faria
para o senado com bastante naturalidade. Enfraquecido, tenta se
aproximar do PMDB para reeleger o deputado federal, Felipe Maia, seu
filho. Depende do coeficiente bacurau.
José Agripino ainda atravessa um desgastante embate com sua liderada,
Rosalba Ciarlini. Desnorteado, pode ter de engolir o revés de negar –
ou conceder – a legenda para a sua governadora Rosalba, que almeja a
reeleição em 2014.
Mas Agripino alimentou uma história sem pé nem cabeça para cacifar,
no sentido de mostrar suposta força, de modo maroto na última semana. Um
conto da carochinha. Notinhas foram postadas em jornais e blogs, dando
conta de que ele poderia ser o Vice do presidenciável Aécio Neves
(PSDB).
Bem, nesse mundo tudo é possível. Mas é estranho que, no mesmo
momento em que Neves tenta acomodar o PSDB de São Paulo na cadeira de
vice, com ampla cobertura da imprensa nacional, na nossa pouco
representativa localidade, Agripino figure como sondado.
Do ponto de vista racional, sejamos claros: não faz nenhum sentido
Aécio Neves utilizar a cadeira de Vice em sua chapa para cooptar um
pequeno partido, que já está fechado para a campanha, como é o DEM. E
mais: com uma liderança em plena derrocada e sem voto, inclusive, no RN
(que dirá em todo o nordeste). Muito mais verossímil é a tese de que o
senador por São Paulo, Aloysio Nunes Ferreira, se concretize no espaço.
Portanto, trata-se de uma notícia frouxa, carente de dados; e a estratégia, caso se confirme – o que não acredito -, esdrúxula.
Mais provável: José Agripino aproveitou o momento para se valorizar com a estória cevada perante o mercado político local.
Outro fato concreto: não vai ser nada fácil para o dito cujo manter o
filho eleito. Até porque no neo-mudancismo pemedebista, o Agripino Maia
pode dançar.
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