Carta Potiguar - Atualizações |
Jornalismo imparcial da Veja. Virou escola no RN? |
A Veja e o pseudo-jornalismo seletivo potiguar
Não há nada mais danoso do que práticas, me perdoem os bons
profissionais da área por surrar um pouco a palavra cara aos senhores,
“jornalísticas” seletivas com o pleno intuito de macular a imagem de
lideranças e instituições. É aquela típica irresponsabilidade, pautada
por interesses inconfessáveis, responsável por jogar uma nuvem de poeira
sobre os fatos. Os guetos conservadores, pouco afeitos a palavra ética,
tentam relacionar um comentário pessoal, como se dissesse respeito à
linha ideológica de uma organização e de suas lideranças.
Num momento de fúria impensada, um filiado do PT postou um comentário
infeliz e reprovável sobre o juiz Joaquim Barbosa, ministro do STF.
Diante da injustiça com a qual o magistrado nega, odiosamente e ao
completo arrepio da lei, o regime semi-aberto a José Dirceu, ele
esbravejou em seu facebook: “Barbosa merece ser morto”.
Ora, para que não paire dúvida, repito: uma atitude extremamente infeliz.
Ponto.
Mas o assunto, que resulta das exacerbações diárias banalizadas pelas
redes sociais, ganha as estrelas, a partir de um sensacionalismo
grotesco. De repente, tal comentário se transforma numa ameaça, como se,
de fato, a bravata, dita contra uma distante autoridade num momento de
raiva, fosse para valer. E mais: que a instituição na qual o cidadão
está filiado fosse conivente.
A revista Veja, de atributos conhecidos, se interessa pelo caso.
Claro. Faz rasgada oposição a qualquer projeto político, que defenda o
combate a injustiça social.
A matéria veiculada beira o ridículo.
A revista alega que o caso tem íntima relação com o treinamento de
filiados para “operar” nas redes sociais. O periódico e seus asseclas
não conseguem entender, primeiro, que militante de esquerda faz suas
intervenções por convicção ideológica. Não é maquinado. E, segundo, que o
ato de fazer política não tem a ver, necessariamente, com ganhar
dinheiro. Talvez, a revista reproduza uma concepção cara aos políticos e
empresários, que ela costuma apoiar – Demóstenes Torres e Carlos
Cachoeira, por exemplo.
O panfleto supracitado insinua que o dirigente estava fugindo da
Polícia Federal. Mas como ele deu entrevista, se o dito cujo estava
escondido? A verdade: ele, simplesmente, saiu do RN para voltar a sua
terra em decorrência da doença de um familiar. Nada a ver com as
invenciocines ditas por quem não apura.
Mas é compreensível. Afinal, não é possível querer que a Veja não
seja a Veja. Agora, o jornalismo – perdão, mais uma vez – local deveria
ter empregado um pouco mais de parcimônia. Algo que, nem de longe,
ocorreu.
E por qual razão? Ora, porque eles sabem que a prática em questão,
nem de longe, faz parte do jeito de atuar do PT e de suas lideranças. A
forçação de barra, feita até o bastão explodir, tentou justamente
mostrar o contrário. Razão: tempo de eleição, momento dos defensores do
atraso mostrar serviço. Afinal, em 2014, no RN – e não apenas aqui – o
PT vem com tudo para vencer as múmias que mandam no Rio Grande do Norte
há décadas.
O PT só não veiculou nota, dizendo o óbvio – que o acontecido não
condiz com o modo de agir da instituição – porque o seu presidente, o
professor universitário, Juliano Siqueira, está afastado pela morte do
seu irmão.
SELETIVIDADE MÓRBIDA
Agora, os mesmos defensores do atraso deveriam empregar ímpeto
semelhante quando o contrário acontece. Recentemente, um policial
federal publicou foto na sua página no Facebook, afirmando que treina
tiro ao alvo no rosto da presidente Dilma Roussef. E a comoção desses
senhores? Silêncio.
Semanas atrás, um dirigente ligado ao Instituto do FHC foi pego,
espalhando ódio contra a presidente Dilma e o ex presidente Lula. De
modo articulado.
E aqui na chamada cidade do sol, quem deveria distribuir
discernimento – mas não o faz –, pediu, sistematicamente, que o câncer
que acometeu Dilma e Lula deveria levar os dois de uma vez por todas.
Cadê o jornalismo? A indignação?
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