Maio
de 2011: centenas de pessoas usam o microblog Twitter para postar
mensagens sobre possíveis ondas gigantes no litoral do Rio Grande do
Norte após um terremoto de magnitude seis na escala Richter ser
registrado a 1.276 km da capital potiguar. Recife, maio de 2011: boatos
sobre o possível rompimento da barragem de Tapacurá se espalham na
internet, provocando terror entre os moradores. São Paulo, maio de 2014:
Fabiane Maria de Jesus, 33 anos, moradora do Guarujá, litoral paulista,
morre linchada por causa de um boato, espalhado por uma rede social, de
que havia uma sequestradora de crianças na região.
Os exemplos
citados são apenas alguns dos muitos casos registrados nos últimos anos
em que a força de boatos espalhados na internet, através de redes
sociais como o Twitter e Facebook, pode ocasionar sérias consequências. A
morte da dona de casa Fabiane de Jesus acendeu um alerta: até que ponto
o internauta está usando adequadamente as comunidades virtuais?
Para
tentar responder a esse questionamento, o jornal O Mossoroense ouviu
especialistas no assunto e apresenta a seguir os seus posicionamentos
sobre o tema. Na visão da jornalista e diretora de uma agência
especializada em gerenciamento de redes sociais, Ana Edite Ulisses, é
fundamental que o usuário, antes de qualquer postagem ou
compartilhamento na internet, verificar a veracidade da informação:
"Acho
primordial, antes de qualquer publicação de um assunto na internet, o
internauta verificar a informação. Por mais que as redes sociais tenham
como característica o imediatismo e a instantaneidade, o usuário tem que
ter cuidado antes de postar a informação. Mesmo ele achando que com
isso vai dar um furo, sendo rápido na postagem, muitas vezes, isso pode
gerar grandes problemas", afirma.
Internauta é responsável pela produção da informação
Para
a professora da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern),
Mayra Ribeiro, que está concluindo doutorado cujo tema é "Docência e
Cybercultura", com o surgimento das redes sociais todo usuário é
produtor de informação, o que gera sob esse internauta uma grande
responsabilidade em relação ao que está sendo disseminado.
"A
internet é um ambiente livre, o caminho não é censurar, mas sim
orientar. Hoje todo mundo produz informações, agora é preciso sempre
fazer uma análise sobre esse conteúdo", destaca a docente.
Ainda
conforme Mayra Ribeiro, uma das alternativas para educar o usuário na
internet é ampliar o papel da escola, desde o nível mais básico até o
ensino superior, no processo de educação virtual. "O que vemos hoje é a
própria escola impedindo o acesso de seus estudantes às redes sociais. É
necessário ressignificar esse papel, potencializar esse aprendizado do
ponto de vista das novas ferramentas tecnológicas, orientar os usuários
sobre o que deve e não deve ser feito nesse universo", conclui.
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