domingo, 11 de maio de 2014

Mídia e sociedade >> Especialistas discutem a força de boatos nas redes sociais

Maio de 2011: centenas de pessoas usam o microblog Twitter para postar mensagens sobre possíveis ondas gigantes no litoral do Rio Grande do Norte após um terremoto de magnitude seis na escala Richter ser registrado a 1.276 km da capital potiguar. Recife, maio de 2011: boatos sobre o possível rompimento da barragem de Tapacurá se espalham na internet, provocando terror entre os moradores. São Paulo, maio de 2014: Fabiane Maria de Jesus, 33 anos, moradora do Guarujá, litoral paulista, morre linchada por causa de um boato, espalhado por uma rede social, de que havia uma sequestradora de crianças na região.
 
Os exemplos citados são apenas alguns dos muitos casos registrados nos últimos anos em que a força de boatos espalhados na internet, através de redes sociais como o Twitter e Facebook, pode ocasionar sérias consequências. A morte da dona de casa Fabiane de Jesus acendeu um alerta: até que ponto o internauta está usando adequadamente as comunidades virtuais?
 
Para tentar responder a esse questionamento, o jornal O Mossoroense ouviu especialistas no assunto e apresenta a seguir os seus posicionamentos sobre o tema. Na visão da jornalista e diretora de uma agência especializada em gerenciamento de redes sociais, Ana Edite Ulisses, é fundamental que o usuário, antes de qualquer postagem ou compartilhamento na internet, verificar a veracidade da informação:
 
"Acho primordial, antes de qualquer publicação de um assunto na internet, o internauta verificar a informação. Por mais que as redes sociais tenham como característica o imediatismo e a instantaneidade, o usuário tem que ter cuidado antes de postar a informação. Mesmo ele achando que com isso vai dar um furo, sendo rápido na postagem, muitas vezes, isso pode gerar grandes problemas", afirma.
 
Internauta é responsável pela produção da informação
Para a professora da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern), Mayra Ribeiro, que está concluindo doutorado cujo tema é "Docência e Cybercultura", com o surgimento das redes sociais todo usuário é produtor de informação, o que gera sob esse internauta uma grande responsabilidade em relação ao que está sendo disseminado.
 
"A internet é um ambiente livre, o caminho não é censurar, mas sim orientar. Hoje todo mundo produz informações, agora é preciso sempre fazer uma análise sobre esse conteúdo", destaca a docente.
 
Ainda conforme Mayra Ribeiro, uma das alternativas para educar o usuário na internet é ampliar o papel da escola, desde o nível mais básico até o ensino superior, no processo de educação virtual. "O que vemos hoje é a própria escola impedindo o acesso de seus estudantes às redes sociais. É necessário ressignificar esse papel, potencializar esse aprendizado do ponto de vista das novas ferramentas tecnológicas, orientar os usuários sobre o que deve e não deve ser feito nesse universo", conclui.

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