sábado, 27 de junho de 2015

Informação para o uso correto e seguro do produto >> Presença de farmacêutico é obrigatória desde 1960

A presidente do Conselho Regional de Farmácia do Rio Grande do Norte, Maria Célia Ribeiro Dantas de Aguiar, comenta ser exigência legal a presença de um farmacêutico nas farmácias, de acordo com as leis 3.820/60, 5.991/73 e a 13.021/14, essa última reiterando a obrigatoriedade do profissional no estabelecimento. 

Essa prerrogativa legal, segundo ela, valoriza a profissão e transforma a farmácia em uma unidade de prestação de serviços de saúde, onde a promoção do uso racional dos medicamentos e o respeito aos direitos dos usuários de medicamentos sejam uma constante, com presença marcante do farmacêutico nos estabelecimentos.


Entre os exemplos apontados pela pesquisa do ICTQ está a falta de interesse dos pacientes em ler prazo de validade dos remédios

“Cabe aos órgãos de fiscalização profissional, Conselho Regional de Farmácia e as Visas, fiscalizar todos os estabelecimentos (inspeção, autuação, orientação), orientando os profissionais quanto à legislação para minimizar ao máximo os processos éticos e irregularidades; diminuir o nº de empresas irregulares e ilegais; autuar as empresas que exploram atividades farmacêuticas sem profissional habilitado; atender às reclamações (denúncias) e garantir à população assistência farmacêutica de qualidade”, comenta Célia Aguiar.

Já o presidente do Conselho Científico do Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico, Dirceu Raposo de Mello diz concordar com a resolução da Anvisa, de 2009, que proíbe a venda de produtos de conveniência em farmácias, até mesmo porque ele a assinou quando era presidente órgão. 

Ele comenta o fato de apenas estabelecimentos farmacêuticos poderem vender medicamentos, por se tratarem de um produto diferenciado. Mas o fato é que muitas farmácias também vendem uma série de outros produtos. 

“A farmácia ou drogaria tem uma responsabilidade que outros estabelecimentos não têm, que é prover a indispensável informação para o uso correto e seguro do produto. Ora, as farmácias devem primeiro fazer sua obrigação de tratar o consumidor como paciente que necessita do produto e devem além do mesmo receber o cuidado que o produto exige”, diz Dirceu.

Mas no Brasil, de acordo com ele, as empresas fazem justamente o contrário, ou seja, descumprem as leis e normas que regem a prática farmacêutica na farmácia comunitária e privilegiam o comércio, inclusive de produtos alheios. 

“É possível que farmácias e drogarias comercializem, a exemplo de outros países, diversos produtos que não medicamentos? Sim, desde que primeiro cumpram com seu propósito, que é tratar o principal produto motivo de sua existência, o medicamento, conforme ditam as leis e normas de nosso país.”

O farnacêutico Dirceu Raposo ainda comenta que em alguns países do “primeiro mundo” as farmácias comercializam produtos diversos, porém cumprem a legislação com todo rigor exigido para a prática farmacêutica.

1 Ingerir o medicamento acompanhado de líquidos  com sabor
O líquido mais indicado para acompanhar a ingestão de todos os tipos de medicamentos é a água. Algumas medicações desencadeiam reações químicas quando ingeridas com sucos, leite, refrigerantes, chás ou café, que podem comprometer sua eficácia. Um bom exemplo são os antibióticos com tetraciclina na composição. Essa substância reage na presença de cálcio, e portanto tem sua eficácia comprometida se ingeridos com leite. Outra combinação perigosa e muito conhecida é remédio e bebidas alcoólicas. O álcool pode tanto potencializar quanto neutralizar os efeitos de um medicamento, em alguns casos ativando enzimas que transformam o remédio em substâncias tóxicas para o organismo. Por isso, na dúvida, sempre tome seus medicamento acompanhados de água apenas.


2 Ingerir o medicamento em gotas a seco
As medicações em gotas também são melhor absorvidas quando diluídas em água, em vez de pingadas direto na língua ou dadas em colher. Como geralmente são prescrições pediátricas, essas já são fabricadas com sabor e aroma diferentes para facilitar a ingestão pelas crianças. Devemos lembrar que os medicamentos devem ser diluídos preferencialmente em água. O risco da diluição em outras bebidas é principalmente a perda da eficácia terapêutica.

3 Não avisar seu médico que toma anticoncepcional
No geral, não existem grandes restrições na mistura de remédios com anticoncepcionais. Mas é preciso estar atenta, pois existem combinações que reduzem a eficácia do anticoncepcional ou da outra medicação. A hepatologista Marta cita alguns exemplos: "Remédios para micose de unha e candidíase, antibióticos, medicações para epilepsia e para tratamento de tuberculose podem reduzir a eficácia do anticoncepcional', diz. Além disso, o contraceptivo pode diminuir a eficácia da aspirina, AAS ou de calmantes, e pode também potencializar os efeitos do Diazepan, da cafeína, dos corticoides e de alguns antidepressivos.


4 Triturar o comprimido para facilitar a digestão
Com a justificativa de facilitar a deglutição, também é comum as pessoas triturarem o comprido ou cortá-lo ao meio, prática que também pode interferir na absorção pelo organismo. Segundo as especialistas, os únicos comprimidos que podem ser cortados ao meio são aqueles que possuem uma linha no meio, desenhada inclusive para facilitar o corte. Fora isso, os medicamentos devem ser ingeridos inteiros, da maneira como vieram na cartela. Os problemas nesse caso são muito parecidos com o de ingerir o remédio fora da cápsula — o corpo irá absorvê-lo mais rápido do que deveria, levando a uma intoxicação. O desenho do comprimido foi feito para facilitar a ingestão da quantidade necessária de medicamento e o contato do comprimido com o ácido gástrico deve dissolvê-lo e quebrá-lo em partículas que serão absorvidas. 


5 Ingerir o comprimido sem beber água
Assim como não é recomendada a ingestão de medicamentos com outros líquidos que não sejam água, tomá-lo a seco também pode trazer malefícios. Existe o risco da medicação ficar parcialmente retida no esôfago, podendo haver irritação na mucosa em que o comprimido se prendeu. Além disso, um pouco da dose da medicação é perdida, já que passa a ser absorvida enquanto está retida. Um exemplo muito sério é o alendronato, usado no tratamento da osteoporose, que pode causar, se retido no esôfago, até mesmo perfuração do órgão. 


6 Retirar o conteúdo da cápsula
Muitas pessoas optam por abrir a cápsula do medicamento e ingerir apenas o pó, para tornar o processo de deglutição mais simples. No entanto, essas cápsulas são concebidas com a função de proteger a mucosa da boca e do esôfago do contato com a medicação, para que ela possa agir de forma lenta, garantindo sua eficácia. Para alguns remédios, a remoção da cápsula pode ter consequências como dor no tórax, vômitos e esofagite. 


7 Tomar a medicação fora do horário
As atividades do organismo variam ao longo do dia de acordo com nosso relógio biológico, e cada medicamento é estudado minuciosamente em relação ao tempo que leva para ser absorvido, o tempo de duração do efeito e modo como é eliminado do corpo de acordo com essas atividades fisiológicas. Por isso, atrasar ou adiantar o horário do medicamento pode reduzir a eficiência e até mesmo provocar efeitos colaterais. Antibióticos e antidiabéticos podem trazer consequências ainda mais sérias. Se a pessoa está tomando antibióticos e atrasa um período inteiro, a bactéria pode se multiplicar e criar resistência ao antibiótico. Já no caso de antidiabéticos, os níveis de açúcar do sangue podem subir ou descer demais, o que pode resultar até mesmo em coma.


8 Misturar com  antiácidos
Os antiácidos também interferem na absorção de medicamentos, para mais ou para menos, dependendo da interação. Além de deixar o estômago com pH alcalino — muitos remédios precisam da acidez gástrica para serem aproveitados — os antiácidos podem conter alumínio, que, se ingerido com medicamentos contendo citrato de cálcio, podem atingir níveis tóxicos no sangue, sendo perigosos principalmente para os rins, que podem ter seu funcionamento afetado e até sofrer graves consequências. 


9 Preste atenção nas interações com alimentos
Muitos medicamentos devem ser ingeridos em jejum porque  necessitam do ambiente mais ácido do estômago para que sejam melhor absorvidos. Já outros são absorvidos com mais eficácia na presença de alimentos, ou são menos agressivos ao estômago quando tomados desta maneira. A especialista afirma que existem também substâncias que possuem interação com determinados tipos de alimentos, formando um complexo que o organismo não consegue absorver, diminuindo ou até mesmo neutralizando a ação do medicamento. Por conta disso, o ideal é perguntar ao médico e sempre seguir as instruções da bula.


Fonte: Jornal Tribuna do Norte

Sem comentários:

Enviar um comentário