sábado, 18 de junho de 2016

Governo Temer paga Bolsa Família sem reajuste anunciado por Dilma

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O governo interino do presidente golpista Michel Temer não concedeu o reajuste de 9% previsto para este mês aos beneficiários do Bolsa Família. A informação foi confirmada pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário, responsável pela gestão do programa, que atende 13,9 milhões de famílias no país --sendo metade delas no Nordeste. 
"O governo Dilma ficou dois anos sem dar reajuste no Bolsa Família. Estamos fazendo uma avaliação nos cortes promovidos pelo governo anterior, que chegam a R$ 1,6 bilhão, para poder conceder o reajuste", informou o ministério em nota ao UOL. O texto diz ainda que não há data para a conclusão de estudos sobre as possibilidades de reajuste do benefício.
Apesar da promessa da promessa de reajuste feita enquanto ainda exercia o cargo, Dilma não editou decreto autorizando e determinando o reajuste no benefício. O presidente interino, Michel Temer também não editou decreto nesse sentido.
O pagamento do benefício do mês de junho começou nesta sexta-feira (17), contemplando as famílias com número final de inscrição "1". Ao todo, o pagamento do programa social ocorre em dez datas diferentes. Este mês, o calendário oficial vai até o dia 30 de junho, quando são pagos os beneficiários com número final "0".
Quando anunciou a medida, Dilma explicou que a proposta estava prevista na proposta de orçamento enviada para o Congresso, em 2015. "Essa proposta estava prevista, e diante do quadro atual, tomamos medidas que garantem aumento na receita neste ano e nos próximos para viabilizar esse aumento no Bolsa Família. Tudo isso sem comprometer o cenário fiscal", afirmou a então presidente.
Em Recife, a presidente afastada Dilma Rousseff comentou o não pagamento do reajuste e disse que se trata de "mesquinharia".
"Não pagaram o reajuste do Bolsa Família, de 9%, que nós tínhamos deixado os recursos e aprovado direitinho, todas as condições para ser pago. Aí vocês vejam, quanto custa isso? Custa menos de R$ 1 bilhão, mas ao mesmo tempo vão e aumentam o deficit e dão aumento para todos que lhe interessam, que montam na casa de R$ 56 bilhões. Para o povo pobre, R$ 1 bilhão é muito; para os ricos, R$ 56 bilhões é pouco. É esse o governo da desigualdade, da mesquinharia com o nosso povo. Não pagar o reajuste do Bolsa Família é uma mesquinharia com o povo pobre desse país", disse em discurso em ato em defesa pela democracia.
Ela ainda pediu mobilização para cobrar o seu retorno à Presidência. "Essa decisão e mostra a verdadeira alma, o verdadeiro intuito, o verdadeiro objetivo desse governo provisório, ilegítimo e interino, que é reduzir o máximo que puderem dos direitos conquistados, dos direitos sociais, dos direitos de cada um dos brasileiros, principalmente daqueles mais pobres. Nós vamos responder a isso dizendo 'não' a esse governo provisório, ilegítimo e usurpador."
O Palácio do Planalto informou na noite desta sexta-feira (17) que o presidente Temer não iria se manifestar sobre as palavras da presidente afastada, Dilma Rousseff.
Segundo o professor de Economia da Universidade Federal de Alagoas e estudioso de programas sociais, Cícero Péricles, a suspensão do reajuste já era esperada e que terá um impacto negativo para os Estados do Nordeste, onde quase metade das famílias recebem o benefício.
"Os assessores deles já falavam em 'focalização' do programa, faziam críticas à malversação desses recursos. Era um claro discurso político preparatório para que o programa tivesse perdas reais. Essa suspensão tem um impacto regional forte. Não é verdade que o Bolsa Família que o Bolsa Família custe caro para o Brasil, ele significa apenas 0,5% do PIB [Produto Interno Buto] e ajuda quase 20% da população. É um custo-benefício muito bom para o país", diz.

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