Candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonoro, o general Hamilton Mourão andou em flertando com o fim do 13º salário, do adicional de férias e da estabilidade do servidor público. A repercussão das novas frases polêmicas acabou levando Mourão a ser desautorizado por Bolsonaro e ter a agenda cancelada até o dia 7 de outubro.
Na quarta (26), com um chicote na mão - que ganhou de presente de ruralistas que usaram o objeto para machucar petistas durante a passagem da Caravana de Lula pelo Rio Grande do Sul - Mourão disse que o Brasil é um "cavalo maravilhoso que precisa ser montado por um ginete com mãos de seda e pés de aço".
Segundo Mourão, o País não precisa mais de elevada tributação, excesso de leis, "ambientalismo xiita" e "hegemonia do politicamente correto".
"Temos uma crise de valores, resultado de mais de 30 anos de processo de desconstrução da identidade nacional provocada por uma intelectualidade. Perdemos a alegria de brincarmos um com os outros", disse, segundo relatos do site GauchaZH. A agenda de Mourão foi na Associação Rural de Bagé.
Mourão também defendeu o corte de gastos com propaganda para chamamento de vacinas. Ele também defendeu a revisão da lei penal para garantir "direitos humanos a humanos direitos."
Nesta quinta (27), Mourão voltou as baterias contra o 13º salário, que chamou de "jabuticaba brasileira", uma "mochila nas costas dos empresários". Ele também disse que só no Brasil se paga adicional de férias ao trabalhador. Para o general, isso é fazer política social "com o chapéu dos outros". A declaração foi dada no Clube dos Diretores Logistas de Uruguaiana.
A CARTILHA DOS MILITARES
As ideias de Mourão sobre o servidores público são compatíveis com a cartilha lançada pelo Clube Militar com propostas para o próximo governo. Nela, consta: "Acabar com recessos em qualquer dos poderes, de modo que todos os servidores públicos tenham somente 30 dias de férias semelhante aos da iniciativa privada."
Entre outras propostas do Clube estão alterar a Lei Rouanet, acabar com a política de cotas em universidades, acabar com todos os veículos públicos de comunicação, liminar a reeleição para o Legislativo e extinguir os cargos de vice-prefeito e vice-governador. Além disso, os militares sugerem fundir Estados. Leia mais aqui.
Depois da repercussão, a imprensa noticiou que a agenda pública de campanha de Mourão foi cancelada até o primeiro turno. Bolsonaro desautorizou o vice dizendo que o 13º é direito constitucional.
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