Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, alerta a uma semana da Rio+20: de nada adiantam acordos se não houver prazos e cobrança.
Das
90 metas ambientais mais importantes traçadas pelos países nos últimos
40 anos, só quatro avançaram significativamente. Divulgada nesta
quarta-feira (6), a conclusão do Panorama Ambiental Global (GEO-5),
análise cuidadosa feita por cientistas de todo o mundo a cada cinco
anos, e coordenada pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
(Pnuma), fez soar o alerta a uma semana da Rio+20: de nada adiantam os
acordos se não houver prazos, monitoramento e cobrança.
O relatório, que consumiu dois anos e meio de trabalho de mais de 300 especialistas, aponta desafios já conhecidos, como as mudanças climáticas (há perspectiva de aumento de três graus ou mais na temperatura global até o fim do século), a perda progressiva de biodiversidade (cerca de 20% das espécies de vertebrados estão ameaçadas) e a escassez de água (mais de 600 milhões de pessoas não terão acesso à água potável segura até 2015).
O diagnóstico será enviado aos mais de 180 representantes de governos
presentes à Rio+20. A ONU espera que os dados - em sua maioria,
alarmantes, apesar de alguns aspectos positivos na comparação com os
GEOs anteriores, como a redução do desmatamento na Amazônia e o esforço
chinês para o reflorestamento, a diminuição da poluição do ar e os
investimentos em energias renováveis - impactem as decisões.
No entanto, não há garantias. "Nos últimos 20 anos, muitos desses relatórios foram jogados no lixo. Mas hoje existe uma inquietude na sociedade que não permite que aconteça de novo", disse o diretor do Pnuma, Achim Steiner. "As ações têm que começar ontem. Estamos vindo de uma inércia de 20 anos, e a Rio+20 é o momento de romper com isso. Em muitos aspectos já não há mais volta", afirmou Carlos Nobre, que representou o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
No entanto, não há garantias. "Nos últimos 20 anos, muitos desses relatórios foram jogados no lixo. Mas hoje existe uma inquietude na sociedade que não permite que aconteça de novo", disse o diretor do Pnuma, Achim Steiner. "As ações têm que começar ontem. Estamos vindo de uma inércia de 20 anos, e a Rio+20 é o momento de romper com isso. Em muitos aspectos já não há mais volta", afirmou Carlos Nobre, que representou o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
Entre as 90 metas, as quatro bem sucedidas foram o fim da produção de
substâncias que destroem a camada de ozônio, a eliminação do uso do
chumbo em comestíveis, a melhoria do acesso à água e o incremento nas
pesquisas para reduzir a poluição. Já nas áreas de preservação de
estoques de peixes e de freio nos processos de desertificação, secas e
de mudanças climáticas não houve avanço. Em 24 metas verificou-se pouco
ou nenhum avanço e em oito, entre elas a relacionada às condições dos
recifes de coral no mundo, uma piora do quadro em relação aos relatórios
anteriores.
O momento é, portanto, de urgência na reversão de danos e do modelo de
desenvolvimento atual para um que contemple a sustentabilidade. Para
tanto, o GEO-5 explicita a necessidade de objetivos claros, de curto e
longo prazo, com previsão de sanções - justamente um dos pontos frágeis
da Rio+20. Segundo o relatório, decisões acertadas de governos são
responsáveis por 39% das políticas que se provaram bem sucedidas;
enquanto isso, dependem de empresas e das comunidades apenas 22% delas.
"Não tivemos mais avanços porque os governos não abraçaram o
desenvolvimento sustentável. Essa é a primeira vez em que, desde o
início da discussão, as áreas econômica e ambiental estão juntas",
apontou Henrietta Elizabeth Thompson, coordenadora executiva da ONU para
a Rio+20. O capítulo dedicado à América Latina e Caribe - região
detentora de um terço da água do planeta e um quarto das florestas -
lista como maior problema a ser combatido a desigualdade social.
Fonte: site Nominuto.com
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