Até
agora, apenas o Jornal de Hoje repercutiu devidamente, com todas as
informações, a agressão sofrida pelo movimento pacífico em prol da
saúde, no 07 de Setembro, e a declaração do presidente nacional da OAB,
Ophir Cavalcante, que solicitou pedido formal de desculpas da
governadora Rosalba Ciarlini.
No 07 de Setembro, um movimento pacífico, que defendia a saúde, foi
parado com truculência. A procuradora da fazenda nacional, Elke Cunha,
além de outros manifestantes, foram agredidos.
O
presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir
Cavalcante, disse no final desta manhã que o Governo do Rio Grande do
Norte deve “pedir desculpas” ao cidadão potiguar, por ter agido de
maneira “incompatível” com a liberdade de manifestação assegurada pela
Constituição Federal. O presidente da Ordem “lamentou” a agressão
sofrida pela representantes da Ordem no Rio Grande do Norte, Elke Cunha,
durante repressão da Polícia Militar a protesto em favor da saúde
pública realizado nesta sexta-feira, durante o desfile cívico do 7 de
Setembro. “Lamentável tudo isso. A OAB quer deixar externado o seu
repudio a essa postura adotada por um segmento da PM do RN”, afirmou
Ophir Cavalcante, que soube do episódio pelas redes sociais.
Para o presidente da OAB, Ophir Cavalcante, o episódio demonstrou a
“falta de preparo e capacitação necessária” por parte da polícia do RN,
em “conviver com a democracia”. “Essa postura adotada por um segmento da
PM do RN demonstra a falta de preparação e capacitação necessária para
conviver com a democracia”, afirmou.
Segundo o presidente nacional da OAB, o Brasil precisa de uma policia
cidadã, que efetivamente faça a prevenção e corrija o excesso, “mas
numa manifestação popular, inclusive com pessoa grávida, sair empurrando
e derrubando, é algo incompatível com a liberdade de manifestação que a
Constituição prevê”, afirmou. Para ele, “o mínimo que o governo do RN
deveria fazer nesse momento era pedir desculpas ao cidadão potiguar por
esta atitude que reputamos antidemocrática de parte da Polícia Militar
do RN”.
RELATO
Para Elke Mendes Cunha, a polícia a agiu dentro do papel dela, à
exceção de alguns policiais. “Na realidade, fizemos uma manifestação
puxada pelo Sindicato dos Médicos e o Centro Acadêmico de Medicina, mas
tinha todo pessoal envolvido com saúde, conselhos, sindicatos, e, nesse
contexto, a OAB, por conta de defender os interesses sociais, foi
convidada através da sua diretoria, e o presidente mandou uma comissão
de saúde”.
Elke conta que a manifestação saiu de em frente da Assembleia
Legislativa, tentou uma primeira vez seguir para onde estava indo a
parada cívica, no Palácio dos Esportes, mas não deu. “Não estavam
deixando a gente entrar nem onde estavam entrando os populares. Nós não
tivemos acesso, mesmo onde populares tinham acesso. Ficavam barrando a
gente”.
No final do desfile, porém, deixaram o grupo de manifestantes próximo
ao local. “Nesse lugar, teve muita conversação com os policiais que
estavam lá. Eles chegaram a dizer que no final deixariam a gente entrar
no vácuo do desfile. Essa era a intenção, e tinha sido a primeira vez
que deixariam a gente chegar próximo às pessoas”.
Elke relata, contudo, que os policiais iriam tirar as bandeiras e as
faixas, e o grupo de manifestante entraria. “Eu estava atrás,
entraríamos no vácuo. Mas no que a gente entra, houve divergência de
comando, porque bloquearam. A gente entrou. O que me chocou foi que eles
estavam empurrando a multidão, e a presidente da comissão de saúde, da
OAB, Elizângela Fernandes, que está grávida, chorava e gritava, mas eles
pressionavam, ela não poderia estar ali, gritando, pedindo para sair,
dizendo que estava grávida. Quando foi para tirar a gente, teve os que
empurravam e os que pegavam e derrubavam”, relatou.
Segundo Elke, a manifestação era pela saúde. “A saúde é que é o foco,
e não o problema com a PM. Eu estava no meu papel, eles estavam no
papel deles, alguns fugiram”. Para ela, a PM precisa de treinamento,
especialmente “de não empurrar mulher grávida na multidão”.
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