quinta-feira, 22 de maio de 2014

Luta e Movimento >> Agricultores realizam o ‘Grito da Terra’

Agricultores reivindicam melhorias para comunidades que sofrem as consequências da longa estiagem – Foto  Ednilto Neves

Os trabalhadores reivindicam, entre outras coisas, melhorias para comunidades rurais que sofrem as consequências da longa estiagem no semiárido potiguar.

Trabalhadores rurais de vários municípios do Rio Grande do Norte acampam desde ontem em frente à sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), em Natal. O ato faz parte do 18º Grito da Terra RN e é promovido pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Rio Grande do Norte (FETARN) em conjunto com os Polos Sindicais e todos os Sindicatos de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais do Estado.

trabalhadores reivindicam, entre outras coisas, melhorias para comunidades rurais que sofrem as consequências da longa estiagem no semiárido potiguar. O protesto segue hoje novamente se mobilizam no mesmo local na atividade que já faz parte da agenda da entidade. Por ser um ano atípico (Copa do Mundo e eleições majoritárias), a Diretoria da Fetarn considera o ato como algo de vital importância para a classe trabalhadora rural, já que reivindicarão direitos, para as diversas comunidades rurais, que apesar das poucas chuvas, ainda estão sofrendo com as consequências da estiagem prolongada no semiárido potiguar e com a ausência de investimentos em ações estruturantes para a convivência com o semiárido.

A Diretoria da Fetarn conjuntamente com a delegação participante, inicia um amplo processo de negociação, seguindo os pontos constantes na pauta reivindicatória, que inclusive já foi protocolada nos diversos setores dos governos Federal e Estadual. Durante os dois dias, os Sindicalistas e Agricultores Familiares permanecem mobilizados na Capital do Estado, protestando e negociando com os diversos órgãos de governo a exemplo do Incra, Delegacia Federal do MDA, Ministério do Trabalho e Emprego, Secretaria Estadual de Agricultura, Agentes Financeiros e outros.

A mobilização, que é organizada pela Fetarn, objetiva denunciar, à sociedade, o descaso e o abandono dos agricultores nos últimos anos, principalmente durante a prolongada estiagem, que ainda sofre com os prejuízos à classe trabalhadora.

Dentre as políticas anunciadas pelos governantes, a Fetarn destaca que a grande maioria delas ainda não está sendo implementada de fato pelos Governos Federal e Estadual, e que muitas delas, são consideradas insuficientes, já que algumas dessas iniciativas fortalecem apenas a lógica da Indústria da Seca e reforçam ainda mais, a ideia equivocada de que o único problema é a falta d’água ou a pouca chuva, quando na verdade trata-se de um problema político de privilegiar megaprojetos e megaeventos ao invés de se garantir direitos e democratização no acesso a água, terra, assistência técnica, etc.

A pauta do “Grito da Terra RN” que vem sendo construída pela Fetarn, a partir das reuniões realizadas nos polos sindicais do Estado, compreende dentre os diversos pontos, a criação de política de recursos hídricos para universalizar o acesso à água no estado; a renegociação de dívidas e financiamento para estruturação produtiva da agricultura familiar; além do incentivo à produção de alimentos da agricultura familiar com redução de tarifa de energia e aquisição desses alimentos pelos programas de compras governamentais; e ainda pontos reivindicatórios considerados históricos na luta da Fetarn, como é o exemplo da desapropriação de imóveis rurais pelo Incra e infraestrutura para os assentamentos de reforma agrária, entre outros.

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