Os trabalhadores reivindicam, entre outras coisas,
melhorias para comunidades rurais que sofrem as consequências da longa
estiagem no semiárido potiguar.
Trabalhadores rurais de vários municípios do Rio Grande do Norte
acampam desde ontem em frente à sede do Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária (INCRA), em Natal. O ato faz parte do 18º
Grito da Terra RN e é promovido pela Federação dos Trabalhadores na
Agricultura do Estado do Rio Grande do Norte (FETARN) em conjunto com os
Polos Sindicais e todos os Sindicatos de Trabalhadores e Trabalhadoras
Rurais do Estado.
trabalhadores reivindicam, entre outras coisas, melhorias para
comunidades rurais que sofrem as consequências da longa estiagem no
semiárido potiguar. O protesto segue hoje novamente se mobilizam no
mesmo local na atividade que já faz parte da agenda da entidade. Por ser
um ano atípico (Copa do Mundo e eleições majoritárias), a Diretoria da
Fetarn considera o ato como algo de vital importância para a classe
trabalhadora rural, já que reivindicarão direitos, para as diversas
comunidades rurais, que apesar das poucas chuvas, ainda estão sofrendo
com as consequências da estiagem prolongada no semiárido potiguar e com a
ausência de investimentos em ações estruturantes para a convivência com
o semiárido.
A Diretoria da Fetarn conjuntamente com a delegação participante,
inicia um amplo processo de negociação, seguindo os pontos constantes na
pauta reivindicatória, que inclusive já foi protocolada nos diversos
setores dos governos Federal e Estadual. Durante os dois dias, os
Sindicalistas e Agricultores Familiares permanecem mobilizados na
Capital do Estado, protestando e negociando com os diversos órgãos de
governo a exemplo do Incra, Delegacia Federal do MDA, Ministério do
Trabalho e Emprego, Secretaria Estadual de Agricultura, Agentes
Financeiros e outros.
A mobilização, que é organizada pela Fetarn, objetiva denunciar, à
sociedade, o descaso e o abandono dos agricultores nos últimos anos,
principalmente durante a prolongada estiagem, que ainda sofre com os
prejuízos à classe trabalhadora.
Dentre as políticas anunciadas pelos governantes, a Fetarn destaca
que a grande maioria delas ainda não está sendo implementada de fato
pelos Governos Federal e Estadual, e que muitas delas, são consideradas
insuficientes, já que algumas dessas iniciativas fortalecem apenas a
lógica da Indústria da Seca e reforçam ainda mais, a ideia equivocada de
que o único problema é a falta d’água ou a pouca chuva, quando na
verdade trata-se de um problema político de privilegiar megaprojetos e
megaeventos ao invés de se garantir direitos e democratização no acesso a
água, terra, assistência técnica, etc.
A pauta do “Grito da Terra RN” que vem sendo construída pela Fetarn, a
partir das reuniões realizadas nos polos sindicais do Estado,
compreende dentre os diversos pontos, a criação de política de recursos
hídricos para universalizar o acesso à água no estado; a renegociação de
dívidas e financiamento para estruturação produtiva da agricultura
familiar; além do incentivo à produção de alimentos da agricultura
familiar com redução de tarifa de energia e aquisição desses alimentos
pelos programas de compras governamentais; e ainda pontos
reivindicatórios considerados históricos na luta da Fetarn, como é o
exemplo da desapropriação de imóveis rurais pelo Incra e infraestrutura
para os assentamentos de reforma agrária, entre outros.
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