Evitar o desperdício, aproveitando restos de alimentos para criação
de uma horta orgânica. Uma ideia simples, mas capaz de gerar bons
“frutos” está sendo desenvolvida na Associação Comunitária Reciclando
para a Vida (ACREVI) e irá contemplar os catadores de material
reciclável que integram a entidade.
O projeto está sendo coordenado pelo químico Francisco de Sousa
Júnior e faz parte do seu projeto de mestrado, concluído pela
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
Ele explicou que a proposta consiste em transformar restos de comida,
coletados em restaurantes da cidade, em adubo. A maior parte dos
alimentos vem do Restaurante Popular Barriga Cheia.
A produção do adubo está sendo feita na própria Acrevi, por
associados que participaram de uma capacitação ministrada por Francisco
de Sousa Júnior. “Eles hoje têm essa capacidade de confeccionar o que
nós chamamos de composto húmico”, comentou o coordenador, acrescentando
que essa é uma forma de reciclar os resíduos orgânicos de forma nobre,
utilizando-os na produção de hortaliças.
O composto é formado por uma mistura. Para cada pilha de 50kg são
utilizados 60% de esterco e 40% de restos de alimentos, que são
distribuídos em camadas para adubar o solo.
O químico explicou que a composição é bem mais eficiente que o adubo
comum. Os resultados são comprovados. De acordo com Francisco de Sousa
Júnior, foram realizadas as analises químicas e físicas que comprovam a
viabilidade do composto.
A terra já foi tratada e seis associados trabalharão na horta. Na
área onde funciona a associação serão plantados cebola, tomate, pimentão
e alface. “A priori, é para o consumo e, de acordo com a produção, pode
ser que seja transformada em outra forma de renda para eles”, explicou.
“Eles se empolgaram muito com a ideia, até porque é uma atividade
necessária em Mossoró”, disse Francisco de Sousa Júnior, se referindo
aos restos de comida que seriam desperdiçados, caso não houvesse onde
utilizá-los.
“Além de ser ecologicamente correto, as hortaliças se desenvolvem de forma mais rápida”, complementou.
Outra possibilidade que está sendo analisada é implantar um minhocário para aumentar a fertilização do solo.
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