A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que o índice de 
cirurgias cesarianas nos países seja abaixo de 15%, sob risco de graves 
consequências maternas e perinatais. O Brasil caminha para superar a 
marca dos 40%. E Mossoró, em específico, apresenta uma alarmante taxa de
 78% - dados da Secretaria Municipal de Saúde referentes a 2012.
No estado, apenas no primeiro semestre deste ano, 311 mulheres perderam
 a vida em intercorrências relacionadas ao parto. É mais de uma morte 
evitável por dia, segundo informações do Ministério da Saúde.
Este problema, que hoje é mundial, é tratado no documentário “O 
Renascimento do Parto”, que estreia primeiro no Rio Grande do Norte em 
Mossoró, no próximo dia 20, no Multicine Cinemas, localizado no Mossoró 
West Shopping. O filme será exibido até o dia 26, em sessão única, às 19
 horas. Na noite de estreia, após a sessão, haverá um debate com a 
médica obstetra Edilsa Pinheiro e o pediatra Reginaldo Holanda, ambos de
 Natal e defensores da humanização do parto.
O documentário atualmente está em cartaz em São Paulo, Rio de Janeiro, 
Salvador, Recife, Brasília, Porto Alegre, Curitiba, Florianópolis, 
Goiânia, São José dos Campos, João Pessoa, Aracaju, Maringá e Cascavel.
             Pela humanização do parto em Mossoró
 No estado, a exibição do filme acontecer primeiro em Mossoró, não é 
mero acaso. Os dados da Secretaria Municipal de Saúde apontam índices 
crescentes de realização de cesáreas em detrimento do parto normal.
Em 2010, as cesarianas já representavam 71% e em apenas dois anos pulou
 para 78% (2012). O percentual tende a ser maior em 2013, já que no 
primeiro semestre 75% dos nascimentos ocorreram por meio da cirurgia 
cesárea.
Incomodadas com essa realidade, pois a maioria das pessoas enxergam o 
parto apenas como uma cirurgia – e baseadas em suas experiências de 
terem vivido o parto natural – duas defensoras da causa brigaram para 
trazer o documentário para a cidade.
A agrônoma Carolina Marques Galhardo e a veterinária Hildita Chaves 
criaram uma página no Facebook (“Eu quero o 'Renascimento do Parto' em 
Mossoró”) e assim, conseguiram a visibilidade necessária, tanto com os 
responsáveis pela programação do Multicine Cinemas, quanto com a 
distribuidora do filme. 
A ideia é conseguir divulgar a causa, desmistificando o parto natural e
 a questão das falsas indicações de cesáreas (cordão enrolado no 
pescoço, bebê grande, bebê pequeno, bacia estreita, pouco líquido, muito
 líquido, pressão alta, pré-eclampsia, ente outros). O documentário 
aborda todos estes fatores e ainda a questão dos procedimentos de rotina
 realizados no atendimento ao parto normal e no bebê logo após o 
nascimento que na maioria das vezes são desnecessários e sem fundamento 
científico.
Nesta luta, Hildita Chaves e Carolina Marques também contaram com o 
apoio da enfermeira Joaniza Vale, que articulou o contato com 
instituições e entidades da área da saúde – a exemplo do curso de 
Enfermagem (UERN), Maternidade Dix-Sept Rosado, Vigilância à Saúde, 
Conselho Municipal de Saúde, Secretaria Municipal de Saúde, II USARP, 
entre outros. O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) e UNP 
também estão ajudando a divulgar o filme.
Fonte: Jornal de Fato 
 
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