O português poderia
ser a segunda língua para os turistas estrangeiros pelo potencial do
Brasil no mercado, afirmaram nesta segunda-feira (30) em São Paulo
vários especialistas que participaram da quarta edição do Congresso de
Turismo Idiomático, realizado pela primeira vez no Brasil.
A diretora de
Torre de Babel Idiomas, Susanna Florissi, opinou que em matéria
turística o português "é uma segunda língua" e que os brasileiros têm a
"responsabilidade de ensinar um idioma e o orgulho de falar" sobre a
cultura e a história do país.
"Precisamos nos mirar de países como a Inglaterra, Espanha, França e
Argentina, que reconhecem o poder econômico de sua língua", acrescentou
Florissi durante o encontro que se realiza até na quarta-feira na
universidade Fundação Armando Álvares Penteado (Faap).
A professora
afirmou que o crescimento do Brasil como lugar para estudar português é
"gradual" e apontou que cada vez é mais necessário especializar os
professores que ensinam a língua nacional como um idioma de "orgulho e
herança".
Com este propósito, o congresso ofereceu entre as principais discussões o
crescimento do mercado de troca cultural através dos idiomas português e
espanhol, potenciais segundas línguas para os estrangeiros, assim como a
apresentação de instrumentos que ajudem na didática destes idiomas.
O presidente da
Brazilian Educational and Language Travel Association ("Belta"), Carlos
Robles, ressaltou o impulso do turismo idiomático no Brasil desde 2005,
quando o português foi considerado pelo Ministério do Turismo como um
dos promotores do setor no país.
"O congresso é um marco para o Brasil, pois poderemos discutir a união
do turismo de idiomas e o ensino de línguas na tentativa de expandir,
ainda mais, o português como uma língua além da América Latina.
Consideramos o português e o espanhol línguas mundiais", explicou
Robles.
Outros programas
também fortaleceram a troca entre visitantes brasileiros no exterior e
estrangeiros no Brasil, como é o caso do programa Ciências sem
Fronteiras, do governo federal, que promove o intercâmbio estudantil.
"As ações dos órgãos públicos e privados devem ajudar a valorar os
idiomas português e espanhol como recursos turísticos, econômicos e
culturais, para uma afirmação de um espaço latino-americano", afirmou o
presidente da Associação de Centros de Idiomas da Argentina, Marcelo
García.
Segundo García, "o
principal foco do congresso é pensar no desenvolvimento da indústria da
língua e a cultura".
A diretora de relações internacional da Faap, Lourdes Zilberberg,
reforçou que "o mundo necessita de cidadãos globais" e a troca de
idiomas permite a troca de culturas e a manutenção dos aspectos
regionais de cada país.
"Estamos vivendo em nossos países uma carência de lideranças, precisamos
de nações irmãs para a internacionalização, por isso o turismo
idiomático é um segmento de encontro de culturas e as escolas necessitam
fortalecer programas desse tipo", reiterou a diretora.
O congresso, que
continua até quarta-feira com entrada gratuita, aborda discussões sobre
expansão das fronteiras idiomáticas, troca cultural, mobilidade
estudantil e fortalecimento das economias através de suas línguas.
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