segunda-feira, 21 de outubro de 2013

RN desperdiça quase metade da água distribuída, diz Trata Brasil



O Rio Grande do Norte perdeu 49,28% da água distribuída em 2010 devido a vazamentos, roubos, ligações clandestinas, falta de medições ou medições incorretas no consumo de água. É o que mostram dois estudos recentes realizados pelo Instituto Trata Brasil.
 
O desperdício no Estado potiguar foi maior que a média nacional, de 37,57%, e do Nordeste, de 44,93%. Conforme o estudo, o RN “apresenta altos índices de perda de faturamento e eficiência na cobrança”.
   
Além disso, 41% da distribuição das cidades está num índice satisfatório, 45% requer ampliação do sistema e 14% requer novo manancial. No Brasil, essas médias são, respectivamente, 45%, 46% e 9%.
 
O Governo potiguar tem uma despesa de R$ 1,70 com os serviços de saneamento com o metro quadrado faturado – abaixo da média nacional de R$ 2,06. O índice de atendimento urbano de água chega a 89,9% e, no total, fica em 71,86%.
 
O gerente regional em Mossoró da Companhia de Águas e Esgotos do RN (CAERN), Nehilton Barreto, disse que o desperdício de água “é uma das maiores preocupações do Estado”.
 
Segundo ele, o maior problema enfrentado são os desvios feitos com ligações clandestinas. Barreto afirma que o Governo tende a apertar o cerco “contra quem pratica esse tipo de crime”. “A gente está fazendo um trabalho para fazer que esse desvio não ocorra. E quem fizer, com certeza, vai ser punido.”
 
Paralelamente a isso, a Caern montou uma estratégia para diagnosticar o desperdício nos pontos mais críticos envolvendo todas as regionais. Cada uma delas deve escolher uma região para desenvolver um trabalho de pesquisa a ser apresentado sobre o problema.
 
A gerência de Mossoró, por exemplo, que abrange 17 municípios, escolheu Areia Branca como foco do estudo. “Vamos fazer um estudo detalhado [sobre desperdício]”, adiantou.
 
Um terceiro ponto seria aumentar a micromedição, quer dizer, garantir o medidor na maior quantidade de casas possível. Hoje, nem todas possuem o aparelho, o que prejudica o RN, que é obrigado a cobrar a tarifa mínima de pouco mais de R$ 25,00 nessas residências. “Pode estar havendo uma perda grande.”
 
Barreto ressalta que o Estado já melhorou muito de 2010 para cá e tende a se desenvolver mais ainda na área, com o projeto Sanear, cujo programa propõe o investimento de R$ 1 bilhão em 18 municípios potiguares.

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