O Rio Grande do
Norte perdeu 49,28% da água distribuída em 2010 devido a vazamentos,
roubos, ligações clandestinas, falta de medições ou medições incorretas
no consumo de água. É o que mostram dois estudos recentes realizados
pelo Instituto Trata Brasil.
O desperdício no
Estado potiguar foi maior que a média nacional, de 37,57%, e do
Nordeste, de 44,93%. Conforme o estudo, o RN “apresenta altos índices de
perda de faturamento e eficiência na cobrança”.
Além disso, 41%
da distribuição das cidades está num índice satisfatório, 45% requer
ampliação do sistema e 14% requer novo manancial. No Brasil, essas
médias são, respectivamente, 45%, 46% e 9%.
O Governo
potiguar tem uma despesa de R$ 1,70 com os serviços de saneamento com o
metro quadrado faturado – abaixo da média nacional de R$ 2,06. O índice
de atendimento urbano de água chega a 89,9% e, no total, fica em 71,86%.
O gerente
regional em Mossoró da Companhia de Águas e Esgotos do RN (CAERN),
Nehilton Barreto, disse que o desperdício de água “é uma das maiores
preocupações do Estado”.
Segundo ele, o
maior problema enfrentado são os desvios feitos com ligações
clandestinas. Barreto afirma que o Governo tende a apertar o cerco
“contra quem pratica esse tipo de crime”. “A gente está fazendo um
trabalho para fazer que esse desvio não ocorra. E quem fizer, com
certeza, vai ser punido.”
A gerência de
Mossoró, por exemplo, que abrange 17 municípios, escolheu Areia Branca
como foco do estudo. “Vamos fazer um estudo detalhado [sobre
desperdício]”, adiantou.
Um terceiro ponto
seria aumentar a micromedição, quer dizer, garantir o medidor na maior
quantidade de casas possível. Hoje, nem todas possuem o aparelho, o que
prejudica o RN, que é obrigado a cobrar a tarifa mínima de pouco mais de
R$ 25,00 nessas residências. “Pode estar havendo uma perda grande.”
Barreto ressalta
que o Estado já melhorou muito de 2010 para cá e tende a se desenvolver
mais ainda na área, com o projeto Sanear, cujo programa propõe o
investimento de R$ 1 bilhão em 18 municípios potiguares.
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