Diversos camelôs são vistos em todas as edições da Festa de Santa Luzia, oferecendo brinquedos, souvenires, entre outras coisas. E quem são essas pessoas que só estão por Mossoró durante a festa de padroeira? Esses ambulantes circulam por todo o Brasil, sempre seguindo o roteiro das festas de padroeira que acontecem no país.
José de Medeiros tem 52 anos e é natural de Pesqueira, no estado de
Pernambuco e afirma que já conheceu pelo menos 20 estados do Brasil nos
25 anos de profissão e diz que entrou na profissão pelo prazer de
viajar.
“A gente tem uma vida simples, às vezes ficamos em lugares sem
conforto, porque o custo é muito alto. Às vezes a gente também vai para
uma cidade longe, mas não lucra, porque a festa foi fraca. Mas, no final
das contas, vale a pena, porque um homem simples, como eu, não teria
como conhecer tantos lugares se tivesse escolhido outra profissão. Minha
vida é viajar”, declarou.
Hoje, ele tem a companhia de dois
filhos, um irmão e um primo em Mossoró, durante a Festa de Santa Luzia. “Eu chegava contando em casa, como foi viajar para Uberlândia,
Ituitaba, Gramado, Cuiabá, Feira de Santana, então foi todo mundo
entrando nessa vida. É difícil, às vezes me sinto cansado, mas sempre
vale a pena”, declarou, afirmando esperar lucrar pelo menos R$1500
durante a estadia em Mossoró.
José Leite não tem o mesmo prazer de ter a companhia familiar. Enquanto
ele está em Mossoró, a sua esposa, que também é camelô, está em Belém
do Pará. Segundo ele, é uma constante essa separação, pois é uma
estratégia para não haver prejuízo, caso alguma festa não corresponda as
expectativas de venda.
“A gente prefere assim, eu vou para um lugar e ela para outro, porque
se der fraco em uma festa, em outra pode lucrar. Dificilmente nós dois
estamos em casa ao mesmo tempo”, disse, afirmando ainda que não espera
por muitos lucros na Festa de Santa Luzia. “Está fraca, a festa. Eu já
estava sete anos sem vim, porque sabia que a festa tinha caído. Vim
nesse ano, mas acho que posso sair no prejuízo. Antes era bom e eu vinha
todo ano”.
Ainda segundo o ambulante, a festa religiosa que lhe dá mais lucro é a
festa de Padre Cícero, que acontece em junho na cidade de Juazeiro do
Norte. “Essa a gente não pode perder, é lucro certo, é sempre muito
lotado”.
Fonte: Jornal de Fato
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