Além
da cassação sofrida no Tribunal Regional Eleitoral, a governadora
Rosalba Ciarlini se depara com outra ameaça ao mandato que exerce: o
deputado estadual Fernando Mineiro (PT) declarou ontem (11) que vai
retomar a discussão sobre o impeachment da chefe do Executivo no âmbito
da Assembleia Legislativa.
O raciocínio de Mineiro é o seguinte: “Se a governadora ficou
inelegível é porque cometeu improbidade administrativa. Se ela vier a
ser condenada por improbidade, então a Assembleia tem que se posicionar.
Improbidade é crime. A AL vai ter que discutir. E vamos analisar o
pedido de impechment”.
Se Fernando Mineiro levar a cabo a empreitada, Rosalba vai enfrentar
seu segundo pedido de impeachment. Há poucos dias, os deputados
estaduais rejeitaram uma proposta para "impedir" a governadora com base
em atos administrativos que poderiam caracterizar improbidade
administrativa e negligência do atual governo. O pedido era fraco por
ser genérico e sem foco em denúncia de corrupção.
Agora pode ser mais complicado. A decisão do TRE que condenou Rosalba
por abuso do poder econômico na eleição de Mossoró põe lenha na
fogueira e reforça novo pedido de impeachment, um julgamento político.
Ontem, o dia foi de espera para o governo e para o grupo do
vice-governador Robinson Faria, que já discute auxiliares para um
eventual governo - muita gente está curiosa para saber se o primeiro ato
de Robinson será a exoneração de Carlos Augusto Rosado, marido da
governadora.
Tanto a defesa de Rosalba junto ao TSE como os preparativos para a
posse de Robinson Faria dependiam da publicação do acórdão do TRE que
cassou e afastou a governadora. A transcrição das notas taquigráficas da
sessão histórica atrasou a publicação do documento no Diário Eletrônico
da Justiça.
A publicação deve ocorrer hoje. Essa demora na formalização da
decisão do TRE favorece a defesa da governadora, que ganha tempo para
encontrar o melhor remédio jurídico para mantê-la no cargo.
Já o vice-governador voltou a ser paparicado ontem por gente que
andava sumida no entorno dele. A antessala de Robinson na
Vice-Governadoria estava lotada durante todo o expediente, sinal de que a
perspectiva de poder já mudou a vida do vice.
Ontem também foi um dia de disse-me-disse. Eu soube que o
secretariado de Rosalba vai pedir a renúncia coletiva se o recurso da
governadora não for provido nos tribunais de Brasília.
A turma de Robinson falava que isso era boato para desestabilizar a
posse do vice-governador. E que os boatos eram coisa da "política
mesquinha de Mossoró".
O clima promete esquentar nos próximos dias. A decisão dos juízes do
TRE espantou as baratas e outros insetos da sucessão estadual.
Fonte: site Nominuto.com
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