Gilberto Carvalho afirmou nesta quarta-feira (26) que é dever do governo financiar ações que estimulem a "organização da cidadania e da produção" e é próprio de uma gestão democrática
O ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho,
defendeu o financiamento do governo ao Congresso do Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), realizado há dez dias em Brasília.
Gilberto classificou de "ideológica e política" a revelação de que
Caixa Econômica Federal, BNDES e Petrobrás haviam patrocinado uma feira
agroecológica realizada durante o congresso e comparou o financiamento
ao que é dado a feiras agropecuárias em diversas cidades do País.
Nesta quarta (26), o jornal O Estado de S.Paulo publicou reportagem na
qual afirma que a Petrobrás patrocinou e a Caixa s fizeram repasse para o
MST para o evento, por meio de patrocínios para a Associação Brasil
Popular (Abrapo). O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
(Incra) aplicou R$ 448,1 mil para montar a estrutura da feira
agroecológica.
"A Caixa Econômica, o BNDES e qualquer órgão público financiaram
simplesmente o apoio à produção legítima de agricultores que estão
contribuindo muito para a melhoria da qualidade do produto que chega à
mesa do brasileiro", afirmou o ministro ao chegar no Itamaraty para um
evento sobre política externa. "E vamos seguir fazendo, seja com
agronegócio, financiando em centenas de milhões por ano, seja
financiando a agricultura familiar. É disso que se trata. O resto é
tentativa de uso ideológico e político de uma ação que, ao nosso juízo, é
legítima".
Para o ministro, é um dever do governo financiar ações que estimulem a
"organização da cidadania e da produção" e é próprio de um governo
democrático fazê-lo. "Portanto nós repelimos qualquer tentativa de dizer
que estamos financiando a baderna ou a violência", disse.
Gilberto defendeu o MST, afirmando que o governo considera o movimento
legítimo e não o vê como um mal e defendeu as ações. "Eu quero dizer de
maneira clara que não se pode confundir o MST com baderneiros. O MST não
é um movimento de baderneiros, é um movimento legítimo e responsável
por uma realização importante no País no processo de reforma agrária e,
mais do que isso, hoje responsável pela produção de alimentos orgânicos,
em cooperativa em todo o País".
Do Portal da Agência Estado
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