Está claro, muito claro, que nem o presidente da Câmara e presidente
estadual do PMDB, eventual candidato ao governo do Rio Grande do Norte,
deputado Henrique Eduardo Alves, nem o presidente nacional do DEM,
senador José Agripino Maia (RN), querem ver a deputada federal Fátima
Bezerra (PT-RN) como senadora. Henrique Alves já demonstrou isso ao
preterir a petista por Wilma de Faria, vice-prefeita de Natal, numa
aliança majoritária tendo a socialista preferencialmente como candidata
ao Senado.
Agripino, em entrevista ao jornal da família Alves (Tribuna do Norte)
considerou “natural” votar em Wilma para o Senado numa hipotética
coalizão de partidos onde se encaixaria o PMDB, DEM e PSB entre outros
menos votados. Como se observa, exceto o senador-ministro Garibaldi
Alves Filho (PMDB), que declarou recentemente que se fosse ele o
candidato peemedebista ao governo do estado gostaria de ter ao seu lado
como candidata ao Senado a petista Fátima Bezerra, por razões que todos
conhecem – Garibaldi é ministro do governo petista e além disso não
engole Wilma de jeito nenhum -, Henrique e Agripino temem o
fortalecimento do PT no Congresso Nacional, sobretudo no Senado.
Aliás, o jornal O Estado de S. Paulo, em reportagem hoje
fala exatamente sobre isso. Sob o título “Renovação no Senado opõe PT e
PMDB”, a matéria diz que a exemplo dos planos para a Câmara dos
Deputados, o PT quer ampliar sua bancada de senadores nas eleições de
outubro e trabalha inclusive para superar o PMDB em número de
parlamentares. Se isso ocorrer, o partido da presidenta Dilma Rousseff
não só ampliaria sua participação nas comissões da Casa, como poderia
também pleitear a presidência do Senado. A legenda do vice-presidente
Michel Temer, por sua vez, tenta manter a posição de maior bancada e
preservar o posto que desde 2001 vem sendo ocupado por um senador
peemedebista.
Acaso Fátima Bezerra saia mesmo candidata ao Senado e se eleja, o PT
poderá eleger também o deputado estadual Fernando Mineiro para a Câmara
Federal. Sim, porque se Fátima sair candidata ao Senado Mineiro deve ser
o candidato do PT à Câmara, com reais chances de se eleger. Não a toa a
executiva nacional do PT está dando como preferência no Rio Grande do
Norte a candidatura de Fátima Bezerra ao Senado.
Outro fator, já comentado por este escriba neste espaço, também leva a
que tanto Henrique quanto Agripino optem por Wilma para apoiá-la na
única vaga destinada ao Senado. É que tanto Garibaldi, primo de
Henrique, e Agripino, que têm ainda mais quatro anos de mandato, acaso
Wilma saia mesmo candidata a senatória e se eleja, tiraria uma pedra no
caminho de Gari e JA na próxima eleição à senatória em 2018. Com isso,
as vagas dos dois praticamente estaria assegurada.
Não precisa ser nenhum expert em política para saber que às vezes é
preciso engolir um sapo do que dá espaço a quem pode crescer além do
esperado. O apoio dos Alves e Agripino à Wilma para ela sair candidata
ao Senado mata dois coelhos numa cajadada só, conforme falei acima. Ou
seja, “evita” o crescimento do PT no Senado e tira-se uma pedra no
caminho para as próximas eleições a senatória. O resto, bom, o resto é
conversa pra boi dormir.
A conferir!
Fonte: blogdobarbosa http://
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