O site FiveThirdEight Economics publicou um artigo com o título Lessons From Brazil's War on Poverty (link is external)
(Lições da luta do Brasil contra a pobreza, em tradução livre), de
autoria de Berk Ozler, professor de economia da Universidade de Otago,
na Nova Zelândia. No texto, Ozler analisa, principalmente, o papel do Bolsa Família na diminuição das desigualdades sociais do nosso país.
Nos anos 90, éramos um dos países mais díspares do mundo em termos
sociais. O artigo lembra que, em 2001, o coeficiente de Gini (que mede a
desigualdade com índices de 0 a 1, sendo que, quanto mais próximo de 1,
mais desigual é o país) era superior a 0,60 e, em 2007, atingiu o menor
nível em mais de 30 anos: abaixo de 0,55. Em menos de uma década, o
Brasil conseguiu diminuir pela metade a população vivendo em extrema pobreza.
Essa queda está diretamente ligada à introdução de políticas públicas
como o Bolsa Família que, em 10 anos, se tornou uma referência mundial.
Criado para reduzir a pobreza a curto prazo, o Bolsa Família inovou
ao injetar dinheiro diretamente no bolso das famílias mais pobres, sendo
93% chefiadas por mulheres. Isso permitiu que elas investissem mais na
educação, saúde e nutrição de seus filhos, já que para ser beneficiário
do programa, deve-se atender a uma série de condicionalidades.
Assim, desde sua criação, 40 bilhões de reais foram destinados a 14
milhões de famílias (50 milhões de pessoas). Vale ressaltar a influência
do programa no empoderamento das mulheres (link is external) no sertão.
Muitos pesquisadores já estudaram a diminuição da pobreza extrema no
Brasil. Em 12 anos, são mais de 40 milhões de pessoas que saíram da
condição de pobreza extrema. Eles apontam que, além da influência direta
do Bolsa Família, outro fator importante foi o aumento de salário entre
os mais pobres. Em setembro de 1994, o empregado brasileiro recebia R$
70,00. Em 2015, esse valor deve ser R$ 779,79.
Nos últimos dez anos, houve um aumento real superior a 70%, uma
conquista dos trabalhadores, tornada realidade na gestão do
ex-presidente Lula, que implantou a política de valorização do salário
mínimo.
Mas o Bolsa Família não mexe só no bolso e na mesa dxs brasileirxs,
ele é responsável por uma melhoria expressiva na educação. Os
pesquisadores Paul Glewwe, da Universidade de Minnesota e Ana Lucia
Kassouf, da USP, fizeram um estudo (link is external),
lançado em 2012, apontando que o Bolsa Família melhorou o desempenho
das crianças das famílias beneficiadas na escola: levantamento oficial
indica que os beneficiários do Bolsa Família tiveram, em outubro e
novembro de 2013, 96% de frequência escolar e um desempenho superior (link is external) à média registrada por estudantes da rede pública de ensino que não recebem benefício.
O programa causou uma revolução tão grande no Brasil e é tão bem visto lá fora que tem muita gente reclamando a paternidade
do filho bonito. Mas o Bolsa Família é uma conquista social de toda
população. É a conquista de um trabalhador, que teve a ousadia de
distribuir renda ao chegar à Presidência da República, e de uma mulher
que teve a coragem de expandir esses benefícios. "O pobre está mais
livre para exercer sua cidadania, não precisa mais trocar o seu voto por
feijão, por jabá, por comida", como afirmou (link is external)
o ex-presidente Lula, em cerimônia dos 10 anos do programa. Essa
distribuição beneficia indiretamente a todxs xs brasileirxs, já que
movimenta a economia. É mais Brasil pra todos nós.
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sexta-feira, 25 de julho de 2014
Avanço social >> O Bolsa Família é a revolução do Brasil
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