Encerrada a primeira semana de propaganda eleitoral no rádio e na
televisão, um tema foi ignorado por todos os candidatos a governador do
Rio Grande do Norte: a ética e a honestidade na administração pública.
Sim, é importante, tanto quanto debater saúde, educação e segurança
pública. Não tem como um governo ter bons índices nessas áreas vitais,
se o dinheiro público não é tratado com zelo.
Os candidatos devem assumir esse compromisso com o cidadão, até porque o
combate à corrupção é um dos legados do atual governo, que fez estancar
a sequência de escândalos no RN que marcaram os 16 anos das gestões
Garibaldi Filho (de 1995 a 2002) e Wilma de Faria (de 2003 a 2010).
Observe que, nos últimos quatro anos, o Governo do Estado se livrou do
noticiário de escândalos que marcaram as administrações anteriores pelas
operações “Hygia”, “Foliaduto”, “Foliatur”, “Ponte de Todos”,
“Adutoras”, “Dinheiro da Cosern”, “Sinal Fechado”, “Via Ápia”, “Ouro
Negro”, entre outros.
O dinheiro que escorreu pelo ralo, nessa infinidade de roubalheira,
seria destinado à educação, saúde e segurança. Certamente, se os
recursos tivessem chegado ao seu destino final, essas áreas estariam
hoje com melhores índices, beneficiando diretamente as pessoas
localizadas nas camadas mais carentes. Se deixar roubar, vai faltar os
recursos para atender as demandas populares.
Essa é uma conta simples que afundou o Estado. E o Estado só sairá do
buraco se os escândalos de corrupção não voltarem. Portanto, esse debate
é importantíssimo. O cidadão-eleitor tem o direito de saber em quem
votar e quais são as suas intenções.
É preciso expor a carreira pública de cada um dos envolvidos no
processo, para que não seja cometido o pecado de devolver a chave do
cofre a quem usou distanciando-se da ética e da honestidade. Não vai
daqui o julgamento deste ou daquele candidato, pois a tarefa de julgar é
do eleitor.
Porém, é obrigação do formador de opinião sugerir o debate,
principalmente sob o ponto de vista da defesa do patrimônio público. Não
é aceitável – nem a sociedade deseja isso – entregar o futuro das
pessoas nas mãos de políticos desonestos. E, para se livrar deles,
somente com o voto.
Por isso, o guia eleitoral no rádio e na televisão deve ser usado para
expor quem é quem. O que não pode é o eleitor votar sem saber do
histórico do candidato que se propõe a representá-lo no Governo do
Estado, na Assembleia Legislativa, na Câmara dos Deputados e no Senado
Federal.
A hora do debate é agora.
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