quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Exemplo positivo >> Sem Terra demonstram força da agricultura camponesa na 15ª Feira da Reforma Agrária, em Alagoas

A velocidade e o volume da comercialização demonstraram o déficit que vive a população urbana em relação ao acesso a alimentos saudáveis e sem agrotóxicos.


Foram mais de 600 toneladas de produtos comercializados durante a 15ª Feira da Reforma Agrária, que aconteceu entre os dias 10 a 13 de setembro na capital alagoana, em Maceió.

Assentados e acampados de todo o estado puderam mostrar a força da agricultura camponesa ao levaram alimentos saudáveis, artesanatos, discussões sociopolíticas e manifestações culturais à população de Maceió, ao ocuparem por quatro dias a Praça da Faculdade (praça Afrânio Jorge).

A velocidade e o volume da comercialização demonstraram o déficit que vive a população urbana em relação ao acesso a alimentos saudáveis e sem agrotóxicos.

Comidas típicas preparadas na hora foram um dos maiores sucessos da Feira 
















E a realização das feiras da Reforma Agrária em diversos estados tem representado a proposta dos Sem Terra em relação ao modelo de agricultura proposto pelos camponeses para o campo brasileiro.

“Essas feiras é a desvelada e real demonstração da necessidade de um modelo de agricultura que não esteja preocupado com o lucro, a especulação e a destruição dos bens da natureza”, acredita Débora Nunes, da coordenação nacional do MST.

Segundo Débora, o MST fortalece um processo de conscientização de base audacioso no campo, que propõe uma real transição a uma agricultura de matriz agroecológica.

“Por isso, defendemos e insistimos na mudança de matriz produtiva e tecnológica, com uma produção agroecológica que cuide da terra, das águas e principalmente da vida das pessoas. Defendemos e lutamos por um modelo que produza alimentos saudáveis para a sociedade”, afirma.

Segundo dados Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e pela Vida, cada brasileiro consome em média 5 litros de veneno por ano. Em 2013, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) relacionou essas informações com o crescente aumento das ocorrências de câncer na população brasileira.


Para além da capital

Além da Feira na capital Maceió, dezenas de feiras espalhadas pelos municípios também se enchem de produtos vindos das roças de acampados e assentados da Reforma Agrária.

Cada plantio, cada orientação técnica, cada formação da cadeia produtiva e seus processos de comercialização articulam-se numa transição que exige tempo e diálogo formativo.

Nesse sentido Débora explica que o MST tem lutado pela efetivação de uma política nacional de agroecologia para dar sustentação a essa transição de um modelo convencional para o agroecológico, e que ela deve ser sistêmica, e não focal.

Em diversas lutas tem sido pautada a necessidade de dar um olhar especial à atual ameaça representada pelo modelo do agronegócio, com o aprisionamento e envenenamento dos recursos naturais.

“As conseqüências desse modelo atinge todos os alimentos, assim como os derivativos, como pães, farinhas, etc. Isso indica uma violenta perda de soberania alimentar das populações”, observa a Sem Terra.

Ela ainda credita que para além das marchas e negociações com o Estado, é nas feiras que a contraproposta camponesa ganha seu
espaço.

“É na Feira que podemos reafirmar a sociedade a necessidade e o compromisso de seguirmos lutando para que a Reforma Agrária seja realizada como forma de resolver grande parte dos problemas das cidades”, aponta.

Clique aqui para ver mais fotos da Feira

Por Gustavo Marinho e Rafael Soriano -  Da Página do MST 


Sem comentários:

Enviar um comentário