segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Sociedade >> Comissão do Senado repudia atos de homofobia


 Em nota divulgada na sexta-feira, a presidente da Comissão de Direitos Humanos (CDH), Ana Rita (PT-ES), repudiou os atos de homofobia e a “nova onda de agressões” que resultou no assassinato de João Antônio Donati, de 18 anos, em Inhumas (GO), e no ataque a um centro de tradições gaúchas (CTG) em Santana do Livramento (RS).

O corpo de Donati, homossexual assumido, foi encontrado em um terreno baldio, no dia 10, com o pescoço quebrado, diversos hematomas e a boca cheia de papel e sacola plástica. Já a sede do CTG foi incendiada por quatro homens, na madrugada do dia 11, após ser anunciada a celebração no local de casamento civil entre pessoas do mesmo sexo.

A senadora afirmou que situações como essas não podem mais ser toleradas e devem ser investigadas e combatidas pela polícia e pelo Judiciário. Para Ana Rita, os responsáveis “devem ser punidos com rigor”, pois o combate à impunidade contribui para a redução da violência e a criação de uma cultura de direitos humanos.
Ela defendeu ainda a criminalização da homofobia e a aprovação urgente de uma lei que equipare a discriminação por orientação sexual e identidade de gênero ao racismo.

A nota informa ainda que a CDH vai solicitar informações das autoridades competentes sobre os casos ocorridos em Goiás e no Rio Grande do Sul.

A nota lembra que a população de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros (LGBT) é vítima de homicídios, ofensas, agressão verbal, discriminação na escola, no trabalho, na rua e de agressões físicas. E cita estatísticas do Grupo Gay da Bahia (GGB) segundo as quais a cada 36 horas um homossexual é assassinado no país. Cerca de 70% dos casos de homicídios de pessoas LGBT ficam impunes.

Proposta
No texto, a senadora reafirma o apoio ao projeto nesse sentido da deputada Iara Bernardi (PT-SP). O PLC 122/2006 é examinado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde tramita com o projeto de reforma do Código Penal (PLS 236/2012), cujo relator é o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB).

A aprovação enfrenta resistências, principalmente de lideranças evangélicas. Para reduzir a polêmica, Paulo Paim (PT-RS) apresentou, na CDH, substitutivo que amplia a punição para preconceito de raça, cor, etnia, religião, origem, gênero, sexo, orientação sexual, identidade de gênero ou condição de pessoa idosa ou com deficiência. Na avaliação dele, o novo texto acomoda os interesses dos diversos grupos. Paim retirou do projeto a palavra “homofobia”.

Fonte: Jornal do Senado

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