segunda-feira, 21 de maio de 2012

Sebo virtual em Natal reúne mais de seis mil membros

Foi se desfazendo de coisas usadas, pelo Facebook, que nasceu o Sebo Desapego, criado há três meses.

 
Leide Franco criou o Sebo Desapego e já possui mais de seis mil participantes.
Você deseja um produto, quando finalmente o obtém, começa a usá-lo frequentemente. Um dia, este objeto se torna inútil para sua vida. Então, se desfaz do objeto, podendo simplesmente doá-lo ou revender, o que demanda certa dificuldade.

“Hoje as pessoas não têm tempo para nada. A internet nos possibilitou a fazer várias transações que normalmente gastaríamos algumas horas para realizar”, diz a jonalista Leide Franco.

Por conta disso, ela resolveu criar, em março desse ano, um espaço para que as pessoas, através de uma página do Facebook, pudessem vender os objetos que não precisam mais. Assim nasce o Sebo Desapego.

“Escolhi o Facebook por causa da popularidade que vem ganhando no Brasil e também porque oferece um formato dinâmico no qual os participantes recebem as respostas por meio de notificações, dentro da própria rede social. Dessa forma, não perdem a oportunidade de vender, comprar ou trocar o produto que estão oferecendo ou procurando, diferentemente de outras redes sociais”, justificou.

O projeto não tem fins lucrativos. No local são vendidos livros, que é o produto mais procurado, revistas, gibis, mangás, CDs, DVDs (originais) ou jogos para vídeo games ou computadores. “Eu percebi que os grupos que vinham sendo formados no Facebook, voltados para a comercialização, não vendiam esses produtos”, respondeu Leide.

Em menos de três meses de criação, o sebo já possui mais de seis mil membros, 70% deles são participantes assíduos. Tudo começou quando a jornalista colocou um grupo de amigos nessa página, e eles adicionaram outras pessoas e assim ganhou repercussão.
Reprodução/Facebook

Página do Facebook do Sebo Desapego, no qual as pessoas anunciam os produtos que não querem mais.

“Diariamente recebo centenas de solicitações pedindo permissão para fazer parte do grupo e isso requer um tempo disponível online”, comentou Franco, que mantém a página sem ajuda de terceiros.


O radialista Rony Mathias começou a frequentar a página do sebo por intermédio de amigos. Segundo ele, já vendeu oito e comprou doze livros através do Sebo Desapego. “As possibilidades de uso das redes sociais estão apenas engatinhando. É impossível fazer um prognóstico do que ainda vem pela frente”, falou.

Mathias acredita que o diferencial do sebo é comprar o que deseja sem precisar sair de casa, além de permitir conhecer pessoas diferentes. “O Sebo Desapego alia a comodidade de se ter um sebo na sua própria casa, através da internet, com a possibilidade de você poder comprar livros com preços mais baratos do que nas livrarias comuns, além de ser um espaço de interação e troca de ideias e opiniões sobre os livros”, explicou.

Márcia Costa também é uma outra frequentadora do Sebo Desapego. Ela já vendeu seis e comprou, por preços acessíveis, 17 livros. “No Brasil, os livros são muito caros, o incentivo à leitura, por parte do governo, não existe, o que dificulta as pessoas a se interessarem por comprar livros. Na minha visão, o sebo é uma alternativa de comprar e vender livros com preços abaixo do mercado”, disse.

Costa afirmou que frequentava os sebos que possuem espaço próprio, mas quase nunca conseguia achar o que queria e tinha que ir para outros lugares. Assim, ela ficava desestimulada de encontrar o objeto desejado. “Acredito que as mídias digitais são muito importantes, pois melhoram as buscas [pelos produtos] e eu não perco tempo de ir à loja em loja”, opinou.
Reprodução/Facebook
No sebo, a pessoa divulga o que deseja vender e cita o seu preço.
O sebo funciona da seguinte forma: a pessoa divulga, na página, o que deseja vender e cita o seu preço. Se alguém estiver interessado, este comenta no anúncio e vai negociar com o vendedor. A responsabilidade pela entrega do produto é da pessoa que anunciou.

Ao serem questionados se já foram enganados pelos vendedores ou compradores, os frequentadores entrevistados disseram que não, pois o espaço evita que isso aconteça. “O fato do sebo ter um caráter informal, torna as relações até mais amistosas, já fiz novos amigos, consegui fazer boas vendas e compras, sem prejuízos”, respondeu Márcia Costa.

A frequentadora do sebo, portanto, acredita que a venda de produtos pelas mídias sociais propõe uma nova modalidade de comercializar os produtos. “Penso que futuramente as redes sociais vão estar mais seguras. As informações, em relação às futuras gerações, serão mais ágeis, inclusive quando se trata de comércio, pois vai unir marketing, vendas e negociações em um único local, o que poderá gerar uma nova modalidade de concorrência no mercado”, respondeu. Já Rony Mathias acredita que as mídias sociais não vão alterar o modo de fazer as compras, mas vai as tornar mais práticas.

O Sebo Desapego também realiza, de vez em quando, encontros com os membros do grupo. Recentemente, eles realizaram um piquenique no Parque das Dunas, que além de compartilhar ideias, aproveitaram o espaço para vender os produtos usados. Se estiver interessado em saber mais sobre o sebo, acesse a página http://www.facebook.com/groups/sebodesapego/.

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