segunda-feira, 21 de maio de 2012

Mobilização pede veto total ao Código Florestal


O ator Vitor Fasano (dir.) participou do ato e afirmou que o texto atual do código é retrógrado. Foto: Júlio Bastos/Futura Press

Fonte: Portal Terra

Na semana decisiva do Código Florestal, em que a presidente Dilma Rousseff (PT) deverá sancionar ou vetar o novo texto aprovado pelo Congresso, centenas de pessoas vestiram o verde neste domingo e foram ao parque do Ibirapuera, na capital paulista, protestar contra a aprovação da nova legislação. A manifestação foi organizada pela Fundação SOS Mata Atlântica e tinha a presença de mais de 1,5 mil manifestantes. O mote da campanha, além do "Veta tudo, Dilma", frase alardeada pelas redes sociais, era "Floresta faz a diferença". Em cima do caminhão de som, na praça do Monumento às Bandeiras, membros da fundação, manifestantes e políticos tomavam a palavra para pedir à presidente que vete totalmente o projeto do Código Florestal.

A coordenadora da Rede das Águas da SOS Mata Atlântica, Maria Luisa Ribeiro, comemorou não apenas o grande número de pessoas, mas o nível de engajamento do público. "No ano passado, já havíamos feito uma manifestação contra o Código Florestal, mas o público não conhecia muito bem. Mas nesse ano, foi diferente. Pessoas comuns, muito por causa da internet e do apoio de celebridades, se inteiraram do tema e expressaram sua vontade", disse ela.

Celebridades como a modelo Gisele Bündchen, os atores Marcos Palmeira e Cristiane Torloni, além de ícones da música, como Gilberto Gil, Nando Reis e a banda Ultraje a Rigor, expressaram publicamente seu descontentamento com o texto do Código e pediram o veto. "A votação foi muito apressada, sem discussão. Se os deputados tivessem esperado, poderia ter havido um resultado diferente", disse Maria Luisa. "Eles contaram com a falta de informação das pessoas para aprovar o projeto, mas com a internet e as redes sociais, conseguimos impedir isso."

Analistas indicaram que a presidente deve vetar parcialmente o novo texto, mas a Fundação SOS Mata Atlântica defende, segundo Maria Luisa, o veto total. "O acordo político não foi feito com a sociedade. O Código vai ficar uma colcha de retalhos que não protege nem o pé, nem a cabeça." Para ela, o texto incentiva um modelo de agricultura "retrógrado", dos anos 1970. 

Para a coordenadora, o ponto mais grave do novo texto é a anistia a desmatadores. "Essa medida desacredita a instituição e gera insegurança jurídica", disse ela. Além disso, segundo Maria Luisa, a diminuição das Áreas de Proteção Permanente (APPs) vai reduzir a fertilidade da terra e pôr em perigo a vida de pessoas que moram em áreas de risco. "Essa discussão não é só da Amazônia. É sobre o uso da terra, do solo, da legislação ambiental como um todo."

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