Fonte: Portal Terra
Na semana decisiva do Código Florestal, em que a presidente Dilma
Rousseff (PT) deverá sancionar ou vetar o novo texto aprovado pelo
Congresso, centenas de pessoas vestiram o verde neste domingo e foram ao
parque do Ibirapuera, na capital paulista, protestar contra a aprovação
da nova legislação. A manifestação foi organizada pela Fundação SOS
Mata Atlântica e tinha a presença de mais de 1,5 mil manifestantes. O
mote da campanha, além do "Veta tudo, Dilma", frase alardeada pelas
redes sociais, era "Floresta faz a diferença". Em cima do caminhão de
som, na praça do Monumento às Bandeiras, membros da fundação,
manifestantes e políticos tomavam a palavra para pedir à presidente que
vete totalmente o projeto do Código Florestal.
A coordenadora da Rede das Águas da SOS Mata Atlântica, Maria Luisa
Ribeiro, comemorou não apenas o grande número de pessoas, mas o nível de
engajamento do público. "No ano passado, já havíamos feito uma
manifestação contra o Código Florestal, mas o público não conhecia muito
bem. Mas nesse ano, foi diferente. Pessoas comuns, muito por causa da
internet e do apoio de celebridades, se inteiraram do tema e expressaram
sua vontade", disse ela.
Analistas indicaram que a presidente deve vetar parcialmente o novo
texto, mas a Fundação SOS Mata Atlântica defende, segundo Maria Luisa, o
veto total. "O acordo político não foi feito com a sociedade. O Código
vai ficar uma colcha de retalhos que não protege nem o pé, nem a
cabeça." Para ela, o texto incentiva um modelo de agricultura
"retrógrado", dos anos 1970.
Para a coordenadora, o ponto mais grave do novo texto é a anistia a
desmatadores. "Essa medida desacredita a instituição e gera insegurança
jurídica", disse ela. Além disso, segundo Maria Luisa, a diminuição das
Áreas de Proteção Permanente (APPs) vai reduzir a fertilidade da terra e
pôr em perigo a vida de pessoas que moram em áreas de risco. "Essa
discussão não é só da Amazônia. É sobre o uso da terra, do solo, da
legislação ambiental como um todo."
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