Na Paraíba (foto acima) a gasolina é mais barata. No RN os preços são mais caros
Os consumidores do Rio
Grande do Norte se depararam com um problema que não é esclarecido: Por
que a gasolina vendida aqui no Estado é mais cara do que em estados
vizinhos, a exemplo da Paraíba. A Procuradoria Geral de Justiça chegou a
criar oficialmente em 2011 o Grupo de Atuação Especial para acompanhar e
investigar as atividades relativas à comercialização de combustíveis -
GECOMB. A equipe é formada por Promotores de Justiça especializados nas
áreas do consumidor, patrimônio público, sonegação fiscal e criminal.
Mesmo assim, nada mudou.
A gasolina no Rio Grande do Norte é cobrada em média entre R$ 2,58
até R$ 2,69 nos postos da Grande Natal. Esse valor coloca Natal como a
capital com a gasolina mais cara do Nordeste, empatada com São Luis, no
Maranhão.
Um dos fatores que vem sendo apontado como explicação para o
reajuste dos combustíveis é o aumento do Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) sobre a gasolina comum,
reajustado em 2% pelo governo estadual através da autorização de uma lei
aprovada pela Assembléia Legislativa.
De acordo com pesquisa do Procon Municipal, o RN ocupa o terceiro
lugar no ranking da gasolina mais cara do Nordeste, atrás apenas de
Alagoas e Bahia.
O economista Aldemir Freire explica que nem o aumento do ICMS nem o
aumento do preço nas distribuidoras justificam o aumento repassado ao
consumidor natalense. "Na verdade os donos de postos fizeram uma
recomposição da margem de lucro dos estabelecimentos", disse o
economista.
Eduardo Rocha, assessor jurídico do Sindicato do Comércio Varejista
de Derivados de Petróleo do RN (Sindipostos), afirma que a margem de
lucro dos donos de postos potiguares é de 23% na gasolina, 19% no
etanol, e 14% no diesel.
Segundo o Sindpostos, a taxação da gasolina cria distorções com
relação ao seu preço e faz com que o combustível, apesar de sair da
refinaria da Petrobrás por R$ 1,00, chega ao consumidor com outros
ingredientes tais como mão de obra, le-gislação trabalhista, etc.
Além do PIS/Confins, que representam cerca de 20% do total dos
tributos que incidem sobre a gasolina, há ainda o ICMS, determinado pela
secretaria de Fazenda do Estado, que é diferente da Paraíba, por
exemplo, e ainda a Contribuição por Intervenção de Domínio Econômico
(Cide), criada em 2001 como colchão para amortecer eventuais aumentos
que o combustível tivesse ao acompanhar o mercado internacional.
Justifica ainda o Sindpostos, que tem ficado nas mãos dos estados
federativos as maiores oscilações registradas frequentemente. Isso
porque a cada alta do preço do etanol, as secretarias de Fazenda alteram
a base de cálculo do ICMS, o que puxa o preço na bomba ainda mais para
cima.
No caso do Rio Grande do Norte e Minas Gerais o aumento porcentual
de cobrança de ICMS sobre a gasolina este ano é, respectivamente, de 25%
para 27%.
Apesar de todas as explicações, o consumidor não entende porque na
Paraíba, por exemplo, a livre concorrência na área metropolitana João
Pessoa causa espanto, com uma diferença de preços do mesmo produto,
entre postos com a mesma bandeira (marca da distribuidora) e em curta
distância de um para outro. O consumidor agradece, pois a oscilação é
sempre para baixo.
Às margens da BR-101, João Pessoa tem um posto BR-Petrobras
vendendo gasolina comum a R$ 2,67. Há pouco mais de 200 metros, outro da
mesma distribuidora, já negocia esse produto a R$ 2,55. Para espanto do
consumidor, um pouco mais à frente, um de bandeira Shell vende a
gasolina com a mesma característica química por apenas R$ 2,53.
No Rio Grande do Norte, em Parnamirim, na BR-101, por exemplo, tem
têm gasolina comum sendo vendida a R$ 2,58. Em Nova Parnamirim, em um
posto da Av. Maria Lacerda Montenegro o preço é R$ 2,69. Na Av. Abel
Cabral, um vende a R$ 2,62 e o outro mais na frente vende a R$ 2,58.
TABELA
O Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) publica uma
tabela com os preços de combustíveis que devem ser adotados como
referência a desde o último dia 16 de julho. O preço varia entre R$ 2,60
e R$ 2,91.
Os valores servem de parâmetro para a cobrança do ICMS retido pela
Petrobras no momento da venda dos combustíveis aos postos de gasolina.
Mas, paralelamente, influenciam o preço aos consumidores.
Além da gasolina, a tabela do Confaz traz valores de referência
para cobrança do ICMS sobre o preço do diesel, gás liquefeito de
petróleo, querosene da aviação, etanol, gás natural veicular (GNV) e gás
natu-ral industrial.
De acordo com a nova tabela do Confaz, o Preço Médio Ponderado a
Consumidor Final da gasolina passa a ser R$ 2,73 em Alagoas; R$ 2,93 no
Amazonas; R$ 2,85 no Distrito Federal; R$ 2,79 em Goiás; R$ 2,65 na
Paraíba; R$ 2,60 no Piauí e R$ 2,91 no Rio de Janeiro.
MP fiscaliza postos, mas preços altos continuam
Campanha “Combustivel mais barato” não vingou
A Procuradoria Geral de Justiça chegou a criar oficialmente em 2011
o Grupo de Atuação Especial para acompanhar e investigar as atividades
relativas à comercialização de combustíveis - GECOMB. A equipe é formada
por Promotores de Justiça especializados nas áreas consumidor,
patrimônio público, sonegação fiscal e criminal.
O GECOMB foi criado para acompanhar e investigar as atividades
relativas à comercialização de combustíveis integrado por uma equipe
formada por Promotores de Justiça especializados nas áreas consumidor,
patrimônio público, sonegação fiscal e criminal, sob a coordenação do
Promotor de Justiça do consumidor, José Augusto Peres Filho.
O grupo deveria fazer um trabalho em várias frentes, uma vez que a
investigação de supostas irregularidades praticadas pelos postos de
combustíveis não envolvem apenas a defesa do consumidor.
Em outra frente, o Ministério Público, OAB, Procons de Natal e do
RN e a Câmara Municipal, lançou também em 2011 a campanha "Combustível
mais barato já", que pretendia incentivar o consumidor a não abastecer
em postos de combustíveis com os preços excessivos. Foram distribuídos
panfletos, camisetas e adesivos de carros informando ao consumidor onde
ficam os postos que cobram os maiores preços na capital.
De acordo com levantamentos de órgãos especia-lizados na defesa do
consumidor, Natal tem a gasolina mais cara do Nordeste e uma das mais
caras do País. Parece que, apesar da boa vontade dos órgãos envolvidos,
a campanha não rendeu maiores frutos, uma vez que os preços da gasolina
continuam diferenciados em relação a outros estados da região.
Os funcionários dos postos de gasolina prefe-rem não comentar a
dife-rença de preços de um posto para outro, mas um ge-rente, que pediu
para não ser identificado, afirmou que nunca é informado pelo patrão das
razões para a diferença de preço, quando o posto vizinho vende o
produto mais barato. "Hoje o preço é um, amanhã pode ser outro", disse.
Fonte: Jornal Metropolitano
Fonte: Jornal Metropolitano
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