Agência Estado - Dezenas de deputados do PT e representantes de
partidos aliados fizeram um ato na Câmara em "defesa" do ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva. A manifestação ocorre um dia após a conclusão
do julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e é
também uma resposta às acusações feitas pelo empresário Marcos Valério
Fernandes de Souza em depoimento ao Ministério Público Federal, revelado
com exclusividade pelo jornal O Estado de S.Paulo. Valério afirmou que o
ex-presidente deu o "OK" para o mensalão e teve despesas pessoais pagas
pelo esquema.
Convocado pelo líder petista, Jilmar Tatto (SP), o evento contou com a
presença do presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), do líder do
governo Dilma, Arlindo Chinaglia (PT-SP), e do líder peemedebista
Henrique Eduardo Alves (RN), favorito na disputa pela sucessão de Maia. O
futuro líder da bancada, José Guimarães (PT-CE), irmão do condenado
José Genoino, discursou. Absolvido pelo Supremo, o ex-deputado Paulo
Rocha (PT-PA) esteve presente, mas não falou.
Chinaglia fez um dos discursos mais fortes. "Lula é um baluarte do povo
brasileiro. Lula é o maior presidente do Brasil", disse. O líder de
Dilma afirmou que o ex-presidente poderia ter continuado a ocupar o
cargo, se quisesse. "Sabemos que ele de maneira sóbria e elegante teve a
atitude de lutar com aqueles companheiros que queriam que ele tivesse
mais um ou dois mandatos consecutivos".
O presidente da Câmara afirmou que Lula melhorou a imagem do Brasil no
exterior e atacou as críticas. "Aqueles que acusam Lula, aqueles que
maculam a imagem de Lula não sabem o que é passar fome, não sabem o que é
trabalhar 24 horas por dia, não sabem o que é não ter luz elétrica, não
ter como responder a um pedido do filho, não conhecem a vida dura do
trabalhador".
Favorito para suceder Maia no próximo ano, o líder do PMDB fez um
discurso rápido. "O presidente Lula é um patrimônio do País, o que ele
fez mudou a história do País. Por isso a minha posição é de respeito ao,
talvez, maior presidente da história do Brasil", afirmou Henrique
Eduardo Alves.
Um dos raros a fazer ataques ao Supremo foi o secretário de comunicação
do PT, André Vargas (PR). "Setores da mídia, do Judiciário e ministros
do Supremo querem apagar o processo de transformação do País que começou
com o presidente Lula e continua com Dilma. Atacar Lula é atacar a
democracia". O ato contou com a presença de políticos de PSB, PP, PTB,
PR, PV, PCdoB, entre outros. Para Tatto, a manifestação foi um "ato
simples, singelo, verdadeiro e de coração".
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