terça-feira, 1 de maio de 2012

1º de Maio: Comemoração e reflexão sobre o Dia do Trabalhador

Por Paulo Cayres, presidente da CNM/CUT

1° de Maio é o dia em que os trabalhadores do mundo inteiro se confraternizam e realizam festas de comemoração para lembrar a data que provocou uma grande mudança na vida de muitas pessoas. Aqueles funcionários na fábrica de Chicago perderam a vida, mas o gesto heroico dos manifestantes abriu as portas para um grande movimento em defesa dos direitos da classe trabalhadora.

Naquele 1º de Maio de 1886  milhares de trabalhadores foram às ruas para protestar contra as condições de trabalho desumanas a que eram submetidos e exigir a redução da jornada de trabalho de 13 para 8 horas diárias.  Manifestações, passeatas, piquetes e discursos movimentaram a cidade. Mas a repressão ao movimento foi dura: houve prisões, feridos e até mesmo mortos nos confrontos entre os operários e a polícia.

No Brasil, essas relações até pouco tempo haviam sido historicamente baseadas na total ausência de democracia, predominando o autoritarismo, o assédio e o desrespeito.

A luta da CUT é para garantir o valor social do trabalho na promoção de condições de vida dignas dentro e fora dos locais de trabalho, uma das condições para o exercício do Trabalho Decente. Para que isso ocorra é pressuposto o fortalecimento do papel do Estado como regulador das políticas públicas com vistas a garantir os direitos fundamentais, a proteção social, a geração de emprego de qualidade.

A CNM/CUT reforça e atua da CUT de que é preciso intensificar as ações em defesa da regulação pública do trabalho e no combate à investida patronal de regulação da precarização e da retirada de direitos. A terceirização é um dos exemplos de precarização, pois potencializa a discriminação nos locais de trabalho, sendo uma das principais causas dos acidentes de trabalho, muitos deles, fatais.

Trabalhador ainda sofre com o descaso dos empregadores
Acidentes de trabalho mataram 16,5 mil em seis anos. Os 3,8 milhões de acidentes de trabalho ocorridos no Brasil no período de 2005 a 2010 mataram 16,5 mil pessoas e incapacitaram 74,7 mil trabalhadores. Os dados foram apresentados em audiência pública, no Senado Federal, na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa.

O evento, que se integra às atividades do Dia Internacional em Memória das Vítimas de Acidentes de Trabalho (28 de abril), contou com a participação de representantes de centrais sindicais, do governo federal, da Justiça do Trabalho e do Ministério Público do Trabalho.

Segundo informações obtidas no encontro, as principais causas dos acidentes de trabalho estão relacionadas à degradação das condições do ambiente de trabalho. Contribuem para o agravamento da situação questões como falta de treinamento para o trabalhador, não fornecimento de equipamento de proteção individual e remuneração por produção (que induz ao trabalho excessivo e exaustivo), entre outros. Pesquisas revelam que quatro em cinco acidentes ocorrem com trabalhadores terceirizados.

Degradação
A Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT demonstra sua indignação frente a essa situação de degradação do ambiente de trabalho que muitos trabalhadores ainda são obrigados a conviver. Ambientes inóspitos, sem segurança e com risco iminente à saúde do trabalhador.

Sabemos ainda que os números dos trabalhadores acidentados em ambiente de trabalho ou no trajeto até o local de trabalho é ainda maior, pois nem sempre esses dados aparecem nas estatísticas porque simplesmente as empresas não notificam o INSS.

Dia Mundial da Saúde e Segurança no Trabalho
Em 28 de abril é celebrado o Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho, data assinalada pela OIT desde 2001. Neste dia, em todo o mundo se promovem formas de criar e sustentar uma cultura de prevenção em matéria de segurança e saúde no trabalho. O foco do Dia Mundial é sobre prevenção de acidentes e doenças relacionados ao trabalho, através de ambiente seguro e decente.

Trabalho decente é uma das bandeiras de luta da CNM/CUT. Em 20 anos de atividades, a Confederação organiza, promove e participa de ações para a melhoria das condições de trabalho com a Organização nos Locais de Trabalho e as Redes de Trabalhadores nas Empresas. Para a CNM/CUT, segurança e saúde para todos é um direito e não um privilégio.

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